AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

737-8 Max ainda não está liberado para operar no Brasil

Foto: Gol

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que a liberação para retorno das operações das aeronaves modelo Boeing 737-8 MAX no Brasil ainda depende do término dos trabalhos realizados pela Agência quanto ao processo de validação das modificações do projeto. O objetivo é demonstrar que o projeto com as modificações propostas é seguro e atende aos requisitos de aeronavegabilidade necessários.

A Federal Aviation Administration (FAA), autoridade de aviação civil dos EUA, divulgou nesta quarta-feira (18/11), a liberação para voos das aeronaves. Steve Dickson, diretor da entidade, participou, ele mesmo, de um dos voos. O processo demorou cerca de 20 meses, após a frota de 737 Max ser parada por conta de dois acidentes que causaram as mortes de 346 pessoas e revelaram falhas no projeto.

A FAA determinou mudanças nas aeronaves e modificações no treinamento das tripulações. O principal foco é o sistema MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System, ou sistema de ampliação de característica de manobra).

Hoje, há cerca de 800 aeronaves 737 Max paradas em todo o mundo. A curiosidade é que mais de 400 delas são completamente novas, pois foram entregues pela Boeing mesmo durante a paralisação.

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foi resultado de um trabalho realizado em conjunto com a ANAC e outras autoridades de aviação civil no mundo, em especial a autoridade europeia European Aviation Safety Agency (EASA) e a canadense Transport Canada Civil Aviation (TCCA).

Gol

No Brasil, a Gol é a única empresa a possuir o modelo, que fazia parte da estratégia de expansão internacionais, com voos ligando Brasília e Fortaleza diretamente à Flórida, algo inédito na operação dos jatos 737. A empresa confirmou que está atenta às decisões das autoridades aeronáuticas.

A partir desta diretriz da FAA, a ANAC procederá com os ajustes finais para conclusão do processo de validação para retorno do modelo Boeing 737- 8 MAX no Brasil. Após o término desse trabalho, a Gol deverá incorporar e demonstrar de forma satisfatória o cumprimento de todas as novas diretrizes, tanto em termos de projeto quanto de treinamento de pilotos. Esse trabalho deverá durar cerca de 30 dias.

A Gol assinou com a Carlyle Aviation a venda e arrendamento de 11 aeronaves Boeing 737 da versão Next Generation (NG). Na prática, as aeronaves foram vendidas e continuarão operando nas rotas da Gol, sendo devolvidas assim que a companhia aérea tiver como voar seus 737 da versão Max 8, atualmente afastados de operação.

Até 2025, aproximadamente 50% da frota será composta por 737 MAX. Nos próximos cinco anos, a transição para o MAX deve aumentar a produtividade em mais de 20% e reduzir o consumo de combustível em aproximadamente 15%.

Participação da ANAC no processo de validação

Desde abril de 2019, quando a Boeing iniciou as atividades para certificação das modificações propostas, a ANAC vem participando de um grupo para análise desses estudos. Ao todo, cerca de vinte profissionais da Agência, dentre engenheiros(as) de diversas especialidades e pilotos, inclusive de ensaio de voo, participaram do processo.

“Este esforço é exemplo de cooperação entre autoridades da aviação civil, apenas alguns países têm experiência para certificar um sistema tão complexo. No entanto, a ANAC trabalha com avaliações independentes para assegurar que todos os requisitos necessários serão atendidos no retorno seguro das operações dessas aeronaves no Brasil”, destaca o Diretor-Presidente substituto da ANAC, Rafael Botelho.

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