AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

TWA 800: Há 25 anos ocorria a tragédia que levantou suspeitas

O avião envolvido no acidente do voo TWA 800 Foto: Alain Durand

Há 25 anos, um acidente aeronáutico levantou sérias suspeitas sobre o Pentágono, mas deixou clara a importância de não especular sobre as causas de uma tragédia. Afinal, um míssil disparado por um navio da US Navy teria derrubado um Boeing 747-131 da Trans World Airlines, vitimando todos os 212 passageiros e 18 tripulantes a bordo?! Ou teria sido uma bomba?

A resposta é NÃO. Mas a especulação foi grave e ensinou a importância de combater a desinformação, as fake news e as conclusões precipitadas. Até hoje, a história do TWA 800 é repleta de teorias da conspiração.

O acidente ocorreu em 17 de julho de 1996, sobre o Oceano Atlântico, cerca de 12 minutos após o avião decolar do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, com destino a Paris. A aeronave simplesmente explodiu, deixando relatos de um forte barulho de moradores do litoral. Um piloto de um 737 da área também relatou ter visto uma bola de fogo.

À época, até o antigo porta-voz de John Kennedy afirmou que o 747 teria sido vítima de um fator externo. Uma carta anônima circulou pela internet com a informação de que haveria documentos capazes de “provar” a “verdadeira” causa do acidente.

Vale lembrar que pouco mais de oito anos antes a US Navy abateu por engano um Airbus A300B2 da Iran Air, deixando o saldo de 290 vítimas. Treze anos antes, em 1983, foi a vez de um 747 da Korea Air Lines ser vítima de tiros de militares, dessa vez, soviéticos. Havia também o medo do terrorismo: em dezembro de 1988 um Boeing 747-121 da Pan Am foi vítima de uma bomba, com saldo de 270 mortos.

Mas nada disso ocorreu com o voo TWA 800. A investigação avançou ao ponto de recuperar destroços e praticamente remontar o jato. Ao final, foi concluído que um tanque de combustível explodiu após um curto-circuito, ainda que não tenha sido precisamente determinado onde. Alegações de um contato-radar próximo ou mesmo de imagens de uma bola de fogo ascendente não se confirmaram. Na prática, houve recomendações de segurança para evitar explosões de tanques de combustível.

O relatório final ficou pronto apenas em 23 de agosto de 2000. Ficaram de fora as duas hipóteses “preferidas” até aquele momento, uma bomba ou um míssil, o que gerou críticas públicas. Uma petição solicitou ao NTSB, a autoridade de investigação dos EUA, a reabertura dos trabalhos, já em 2014. Mas o órgão respondeu que não havia evidências necessárias para novas análises. Em 2021 deve ser realizada a destruição final de todos os componentes remontados.

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