AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Componentes do Gripen fabricados no Brasil poderão ser usados por outros países

A Saab já produz no Brasil componentes de caças Gripen. Em outubro, foi finalizada a primeira fuselagem dianteira do caça, um marco de transferêcia de tecnologia. Também já haviam sido produzidos por aqui cones de cauda e freios aerodinâmicos. Esses componentes, contudo, não serão necessariamente utilizados em caças destinados à Força Aérea Brasileira. Tudo é enviado para a Suécia para compor a cadeia global de suprimentos para a produção dos próximos caças, uma vez que as estruturas produzidas no Brasil ou na matriz são idênticas e podem ser instaladas em qualquer aeronave Gripen E. Até o momento, os dois países adquiriram esse modelo do jato.

“Essa produção traz consigo a mensagem de que foi possível realizar essa enorme transferência de conhecimento e tecnologia no Brasil. Os profissionais brasileiros são altamente qualificados. Estamos cumprindo todas as nossas obrigações contratuais com o governo brasileiro”, diz Ola Rosén, chefe de operações da fábrica de aeroestruturas da Saab no Brasil.

Foto: Saab

A parceria com o Brasil começou em 2014, com um contrato para o desenvolvimento e produção de 36 aeronaves Gripen E/F para a Força Aérea Brasileira, incluindo sistemas, suporte e equipamentos. Um amplo programa de transferência de tecnologia, que está sendo executado em um período de dez anos, está impulsionando o desenvolvimento da indústria aeronáutica local por meio das empresas parceiras que participam do programa Gripen brasileiro. No decorrer desse período, mais de 350 técnicos e engenheiros brasileiros estão participando de treinamentos teóricos e práticos, na Suécia, para adquirirem o conhecimento necessário para a execução das mesmas tarefas no Brasil.

“É muito gratificante produzir uma aeroestrutura tão complexa como a fuselagem dianteira aqui no Brasil. Isso significa que o treinamento das equipes, os processos e a instalação dos ferramentais necessários foram concluídos com sucesso para a produção dessa estrutura, capacitando a fábrica do Brasil para as próximas entregas, que já estão em produção. Os passos seguintes serão a otimização e o amadurecimento dos processos para termos a mesma eficiência que a fábrica da Suécia”, conclui Alexandre Barbosa, gerente de engenharia da fábrica de aeroestruturas da Saab no Brasil.

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