AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

China vende jatos para Mianmar usar em guerra civil

Com uma a cada quatro pessoas do país enfrentando insegurança alimentar, o governo de Mianmar recebeu pelo menos seis jatos chineses Guizhou JL-9 Shānyīng. As aeronaves devem ser usadas na guerra civil que eclodiu no país após o golpe de estado de 1º de fevereiro de 2021.

A versão de exportação, denominada FTC-2000G, mantém a configuração de dois assentos criada para missões de treinamento, mas amplia a capacidade bélica para até três toneladas de armamento e tem velocidade máxima de Mach 1.2. O jato é considerado uma das opções mais baratas no mercado para a substituição de modelos antigos, como o MiG-21.

Ao canhão de 23mm, une-se a possibilidade de levar bombas, foguetes não guiados, mísseis ar-ar de curto alcance PL-8 e PL-9, mísseis BVR SD-10 e até mísseis antirradiação CM-102. Uma característica ressaltada pelo fabricante é poder operar em pistas com apenas 700 metros de comprimento.

Menos avançado que o JL-10 (L-15 Falcon), o JL-9 parece não ter sido adotado pelas forças armadas chinesas, sendo limitado a uma opção de exportação de baixo custo. O Sudão teria adquirido seis unidades.

Em Mianmar, onde não se sabe exatamente como está a disponibilidade da frota anteriormente conhecida, que envolvia 21 caças F-7 (MiG-21 de origem chinesa), sete JF-17 e 25 MiG-29, nem a qual dos lados da guerra civil e essas aeronaves servem, a expectativa é a de que os FTC-2000G sejam usados diretamente em ações repressivas. A Liga Nacional para a Democracia, fundada pelo antigo congresso eleito, criou a Força de Defesa do Povo e desde setembro de 2021 iniciou uma guerra de guerrilhas, sobretudo no oeste do país.

No golpe de 1º de fevereiro de 2021, as forças armadas prenderam a cúpula política do país, decretou estado de emergência e anunciou que o comandante-chefe das forças armadas, general Min Aung Hlaing, acusado de crimes contra os direitos humanos e de corrupção, ficaria no comando do país. O golpe teve como alegação uma suposta fraude, nunca provada, nas eleições de novembro de 2020. Analistas internacionais apontam que os militares do país não desejavam ficar longe do poder.

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