AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

Boeing entregará último 747 dia 31 de janeiro

Boeing 747 impressionou pelo tamanho no início da sua vida operacional. Foto: Boeing

A Boeing vai fazer um grande evento para marcar a entrega do último 747, marcada para 31 de janeiro. A expectativa é de uma grande celebração da marca, com a presença de funcionários, ex-funcionários, clientes e fornecedores. Haverá até transmissão ao vivo pela internet, a partir de 18 horas (horário de Brasília). O avião já está pronto e realizou os voos de teste e de aceitação.

Adquirido pela Atlas Air, mas já pintado com as cores da Apex Logistics, o avião é do modelo 747 -8F, uma versão de carga. Com número de série 67160, trata-se da 1.574º aeronave da família a ser produzida ao longo de 55 anos. Com capacidade de levar até 873,7 metros cúbicos de cargo e pelo máximo de 448 toneladas, sendo 132,6 t de carga, esse derradeiro 747 ajudará a manter o modelo em voo ainda por muitos anos.

Último 747 a sair da linha produção. Foto: Boeing

Com seu duplo deck, o modelo se tornou um verdadeiro símbolo da aviação, ficando informalmente conhecido como “Jumbo”. O nome vem de um famoso elefante africano de grandes proporções, que fez sucesso no fim do século XIX em exposições na França, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. As equipes de marketing logo passaram a chamar o 747 de “Jumbo Jet”, tornando-o uma sensação nos aeroportos e para as companhias aéreas.

O primeiro 747 fez seu voo inaugural em 9 de fevereiro de 1969. A Pan Am foi primeira a companhia a voar com o jato, a partir de 22 de janeiro de 1970. A maior operadora do modelo acabou se tornando a Japan AIrlines, que recebeu um total de 108 unidades. Também se destacam a British Airways (94), Singapore Airlines (93), Lufthansa (81), United Airlines (68), Cathay Pacific (59) e Air France (53), dentre outras. A brasileira Varig teve cinco unidades.

A versão mais famosa, o 747 -400, teve 694 unidades produzidas, tendo entrado em serviço em 9 de fevereiro de 1989. Com seus 70,66 metros de comprimento, 64,44 metros de envergadura e 19,41 metros de altura, o “Jumbo” logo ganharia destaque pela força: podia levar até 660 passageiros. Porém, a maioria das companhias aéreas prefeririam configurações com menos assentos, dando espaço para classes com maior conforto. Uma divisão típica era 23 passageiros na primeira classe, 80 na executiva e 313 na econômica, sendo 416 ao todo.

A autonomia também foi destaque. Em 1989, a empresa australiana Qantas fez um voo sem escalas entre Londres e Sydney, o que evidenciou o alcance de 18.000 km, cumprido em 20 horas e 9 minutos. A velocidade também impressionava. Ainda hoje, está entre os aviões comerciais mais rápidos em serviço, com velocidade de cruzeiro de aproximadamente 930 km/h. Essas capacidades superlativas seriam evidenciadas ainda na fase de testes do 747 -400, quando, em 27 de junho de 1988, a primeira aeronave de testes decolou com 405.659 kg, um recorde para a época.

O 747 -8 foi anunciado em 2005, com destaque para novas tecnologias na cabine. Sua versão de carga, 747 -8F também se destacou por ter uma carga útil 16% maior que a do -400F. A primeira entrega desse modelo foi em 2011, para a Cargo Lux. Isso garante que, apesar de cada vez mais afastado do transporte de passageiros, o 747 ainda será visto pelo mundo por muitos anos nas suas versões cargueiras. A própria Atlas Air, que receberá o último 747, contará com uma frota de 53 aeronaves.

Agora, a Boeing irá se focar em projetos mais modernos, como os bimotores 777, incluindo sua versão de carga, o 777 F. Em termos comparativos, a capacidade de crga de um 777 -8F será de 118 toneladas, próxima a registrada pelo 747 -8F, mas com consumo de combustível 25% menor.

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