A integração de caças de 4º e 5º geração, fato que já é realidade na Itália, Reino Unido e Estados Unidos, onde modelos como o Eurofighter Typhoon, F-15 e F-16 voam ao lado de jatos F-22 e F-35, também irá se repetir da defesa aérea da Escandinávia. Isso porque a força aérea da Suécia, equipada com caças Gripen, futuramente vai atuar junto com os F-35 da Finlândia, da Noruega e da Dinamarca em um esforço conjunto para a proteção do espaço aéreo do norte da Europa, em uma medida de esforço coletivo para se contrapor à Rússia.
Os comandantes das quatro forças aéreas anunciaram que as operações de defesa dos países passarão a ser cada vez mais unidas, desde o treinamento até as doutrinas de combate. “O objetivo é operar como uma única força, desenvolvendo um conceito nórdico para ações conjuntas baseado na conhecida metodologia da OTAN”, afirmou o comunicado, ainda que não tenha sido detalhado, por exemplo, se haverá esquadrões com militares de mais de um país ou mesmo prazos de implantação.
Em termos de aviação de caça, a grande consequência será a operação conjunta dos caças Gripen, tanto das versões C/D quanto E, ao lado dos F-35. Dos quatro países envolvidos no anúncio, somente a Noruega já conta com pelo menos 36 F-35 operacionais, de 52 unidades adquiridas. A Finlândia e a Dinamarca ainda aguardam as 64 e 37 unidades encomendadas, respectivamente, com previsão de recebimento em seus países a partir de 2026 e 2023. Por enquanto, ambas voam caças F-18C/D e F-16, tecnologicamente inferiores aos Gripen suecos.
Novo alinhamento sueco
Conhecida por ter se mantido neutra durante a Segunda Guerra Mundial e não ter feito parte nem da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) nem do Pacto de Varsóvia, a Suécia vem alterando seu posicionamento geopolítico. Em 2011, oito caças Gripen e um avião-radar Saab 340 AEW&C participaram da intervenção aérea na Líbia, ainda que apenas em missões de reconhecimento. Agora, ao lado da Finlândia, o país solicitou a adesão ao bloco militar ocidental.
Nessa anunciada união que também envolverá Noruega e Dinamarca, dois membros da OTAN, é explícita a intenção de seguir os padrões e normas da Aliança. Vale ressaltar que a parceria entre os quatro países foi costurada em um encontro na Base Aérea de Ramstein, na Alemanha, a principal base dos Estados Unidos na Europa.
A principal dúvida que fica é a respeito da indústria militar sueca, que nas últimas décadas se destacou por seguir um caminho independente, o que gerou uma família de caças locais, como Lansen, Draken, Viggen e Gripen. No fim de 2005, a Saab ingressou no projeto do nEUROn, projeto de um drone de combate desenvolvido com Espanha, França, Grécia, Itália e Suíça. Por fim, em 2019, a Suécia ingressou no programa do caça de sexta geração. A Saab também colabora com a Boeing no desenvolvimento e na produção do jato de treinamento T-7 Red Hawk.
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