A ser encerrada hoje, 25 de junho, no tradicional aeroporto de Le Bourget, a primeira edição do Paris Air Show após a pandemia representou um momento de destaque para a Embraer. A empresa brasileira, e sua subsidiária Eve, especializada no desenvolvimento de eVTOLs, acrônimo em inglês para veículos elétricos que decolam e pousam na vertical, tiveram ao longo de sete dias a atenção do público, de parceiros e de futuros clientes.
Logo no início da feira, a empresa japonesa Nidec se uniu à Eve para o desenvolvimento da propulsão elétrica para o eVTOL. A proposta é que a aeronave opere com baixo ruído e nenhuma emissão de carbono. Para, a Eve firmou outra parceria, com a britânica BAE System, que irá fornecer o sistema de armazenamento de energia. Por fim, a francesa DUC Hélice Propellers fornecerá os rotores para os oito motores de sustentação e a hélice de cruzeiro.
Ainda antes do Paris Air Show, a Eve concluiu testes em túnel de vento e de hélice e começou a testar seus rotores de sustentação vertical a bordo de uma nova plataforma personalizada montada em caminhão. Isso já permite que o eVTOL tenha uma “cara”, e por isso um mockup foi uma das principais atrações durante o evento na França.
A boa impressão também ficou com o mercado. No segundo dia do evento, a Nordic Aviation Capital (NAC), especializada em contratos de leasing, assinou a compra de 15 eVTOLs, com opção para mais 15. É a terceira empresa do setor já incluída na carteira de vendas, que já soma 2.770 veículos. A parceria também permite que a Eve e a NAC diversifiquem suas carteiras, incentivem a conservação ambiental e o avanço tecnológico, além de ampliar as opções de leasing de eVTOL.
Em seguida, foi a vez da Widerøe Zero, que assinou uma carta de intenção para compra de até 50 unidades, além de um pacote de soluções de serviço e operação, bem como a implementação da solução de software de Gerenciamento de Tráfego Aéreo Urbano (Urban ATM) da Eve. O foco, neste caso, é ambiental: a parceria se baseia em Memorando de Entendimento assinado entre a Eve e a Widerøe Zero em 2021, na Conferência do Clima da ONU (COP26), cujo objetivo era desenvolver operações de eVTOL na Escandinávia.
Outro destaque fundamental da extensão da parceria é a colaboração no projeto Air Mobility Labs, na Noruega. A iniciativa impulsionará o desenvolvimento de futuros conceitos de mobilidade aérea adaptados às necessidades regionais, permitindo uma compreensão profunda da jornada de potenciais clientes e de novas soluções do setor. Juntas, a Eve e a Widerøe Zero vão liderar a transformação das viagens aéreas, adotando práticas sustentáveis e tecnologias inovadoras.
As empresas também colaborarão no desenvolvimento de possíveis soluções para lidar com a formação de gelo em operações com eVTOLs. A ampla experiência da Widerøe em operações na Noruega, onde as condições de formação de gelo são predominantes, oferecerá aprendizados e experiências valiosas.
Mais vendas foram acertadas. Com a Voar Aviation, a carta de intenção avalia a vednda de 70 eVTOLs a serem operados no Brasil. São planejadas operações ndir suas operações em várias regiões do Brasil. A empresa pretende operar nas principais áreas metropolitanas e destinos turísticos populares, como São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Vitória, Florianópolis, Camboriú, Fortaleza, Natal, Recife e Salvador.
Aeronaves tradicionais
A linha de aeronaves comerciais da Embraer também teve seu destaque em Paris. A American Airlines assinou um contrato para compra de sete novos jatos E175, que serão operados pela subsidiária Envoy Air. As primeiras entregas ocorrem no quarto trimestre de 2023. A frota de E-Jets da Embraer na Envoy Air crescerá para 141 aeronaves ao fim de 2024.
O jato E175 iniciou operações na América do Norte em 2005, e tem desde então dominado o setor. Até o momento, a frota global de E170/E175 acumula mais de 18 milhões de horas de voo, sendo que a Envoy é responsável por 1.1 milhão destas horas.
Também em Paris, a Embraer revelou a Azorra como sendo o cliente não revelado de um pedido de 15 aeronaves E195-E2, anunciado em janeiro deste ano. O pedido avaliado em US$ 1,2 bilhão, conforme preço de lista, foi acionado à carteira de pedidos no quarto trimestre de 2022.
Às vésperas do Paris Airshow, o E2 já vinha ganhando ímpeto no mercado com anúncios de pedidos importantes feitos pela Embraer e Azorra, como seis jatos E2 para a Royal Jordanian, nove E190-E2 para a Scoot (Singapura) e 10 E195-E2 para a SKS Airways (Malásia).
Já a Avolon assinou um acordo de venda e arrendamento com a Porter Airlines para 10 novas aeronaves Embraer E195-E2, com preço de lista de US$ 841,2 milhões. As novas aeronaves irão apoiar a expansão da Porter para rotas domésticas no Canadá, que introduziu o E195-E2 em suas operações em fevereiro de 2023 e planeja a expansão de sua frota nos próximos anos, com 50 pedidos firmes e opções para 50 aeronaves adicionais.
A Binter, companhia aérea das Ilhas Canárias, o primeiro cliente europeu do modelo, fez um pedido firme de seis aviões Embraer E195-E2 e assim irá ampliar sua frota para 16 unidades. Todos os pedidos firmes da Binter serão entregues até o segundo trimestre de 2024.
Desde sua fundação, em 1969, a Embraer já entregou mais de 8.000 aeronaves. Em média, a cada 10 segundos uma aeronave fabricada pela Embraer decola em algum lugar do mundo, transportando mais de 145 milhões de passageiros por ano.
Cargueiros
Finalizando as encomendas, o Lanzhou Aviation Industry Development Group, da China, assinou um pedido de conversão de 20 jatos comerciais em versões cargueiras E190F e E195F, o que deve acelerar a introdução da primeira geração de cargueiros E-Jet no mercado chinês.
Em março do ano passado, a Embraer lançou o programa E190F e E195F de conversões Passenger-to-Freight (passageiros para cargueiros), apoiando a alta demanda por carga e as tendências positivas do mercado na China. A Embraer prevê uma demanda de mercado para cerca de 700 E-Jet cargueiros nos próximos 20 anos. Entre eles, o mercado chinês deverá precisar de 240 cargueiros desse porte, representando 34% do total global, impulsionado pelas demandas dos setores de comércio eletrônico e logística.
As conversões dos E-Jets para cargueiros terão mais de 50% a mais de capacidade de volume, três vezes o alcance dos grandes turboélices cargueiros e custos operacionais até 30% menores do que os narrowbodies. Se combinada a capacidade sob o piso e convés principal, a carga útil estrutural máxima é de 13.150 kg para o E190F e de 14.300 kg para o E195F. Considerando a densidade típica de carga de comércio eletrônico, os pesos e volumes líquidos podem chegar a uma carga útil de 23.600 libras (10.700 kg) no E190F, enquanto o E195F suporta uma carga útil de 27.100 libras (12.300 kg).
Conforto
Ainda no Paris Air Show, a Embraer firmou com a Recaro Aircraft Seating um acordo para desenvolver opções de assentos para as aeronaves E1 e E2. O desenvolvimento começará já em 2023 e estarão disponíveis para o mercado em meados do próximo ano. As companhias aéreas e empresas de leasing que terão aeronaves a receber em curto prazo serão beneficiados pelos assentos pré-certificados para rápida instalação.
Também ocorreu o lançamento formal da nova geração do sistema AHEAD (Aircraft Health Analysis and Diagnosis). O sistema ajuda companhias aéreas e clientes a implementar a manutenção preditiva digital em suas frotas de E-Jets ou jatos executivos da Embraer, utilizando dados para identificar e prever possíveis problemas antes que se tornem críticos.
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