Com a missão de unificar todos os grupos de rebeldes, guerrilheiros e revolucionários em ação na Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad, a facção Hayat Tahrir al-Sham se anuncia agora como a nova liderança do país árabe, contando com legados deixados pela gestão dos al-Assad, que começou em 1970. Em termos de forças aéreas, fontes ocidentais estimam que cerca de 30 jatos MiG-21 Fishbed, MiG-23 Flogger, MiG-25 Foxbat e L-39 Albatross foram capturados sem danos, além de helicópteros Aérospatiale SA.342 Gazelle, Mil Mi-8 Hip e Mi-24 Hind.
A defesa aérea da Síria já não era efetiva nos últimos anos. Desde o início da guerra civil, em 2011, aeronaves de vários países, como Estados Unidos, Rússia, Israel, França, Reino Unido e, possivelmente, Irã, realizaram operações sobre o território sírio, cada um apoiando seus lados no conflito. O regime al-Assad confiava na Rússia para sua defesa. Porém, jatos como os MiG-23 eram empregados em ataques contra os grupos rivais. É provável que a rápida mudança de poder ocorrida nos últimos dias não tenha dado tempo de ações defensivas significativas.
Há, ainda, informações de que os rebeldes teriam capturado uma série de outros equipamentos militares, como sistemas de defesa antiaérea S-200, Pantsir-S1 e Buk. Blindados também estariam na lista. A questão, para os próximos meses, será a capacidade de um possível novo governo sírio, caso consiga se estabelecer, de ter acesso a peças de reposição e a pessoal qualificado para manter todos esses itens em condições operacionais, repetindo o desafio vivenciado no Afeganistão desde 2021, quando o regime Talibã retornou ao poder e teve acesso a milhares de itens militares ocidentais abandonados.
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