Acidentes aeronáuticos exigem cuidado com hipóteses e respeito a uma investigação a ser realizada de maneira técnica, sem apontar “causas” de maneira precipitada. Contudo, há indícios de que o jato Embraer 190 que caiu nesta quarta-feira, 25 de dezembro, no Cazaquistão, foi derrubado por algum tipo de armamento.
Imagens divulgadas até o momento mostram perfurações na fuselagem da aeronave que dificilmente teriam sido provocadas por outros componentes durante o impacto com o solo. Explosões de ogivas de mísseis antiaéreos, por outro lado, deixam marcas semelhantes, causadas por estilhaços. Há também opções menos prováveis, como impactos de projéteis de tiros ou colisão com drones, dado o nível de voo.
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Vídeos divulgados por sobreviventes indicam, ainda, que o E190 já voava com danos internos e máscaras de oxigênio acessíveis aos passageiros. Outros sinais já apontados em filmagens é que uma das portas de acesso de manutenção estava aberta em pleno voo, além que a aeronave aparentava enormes dificuldades de controle, o que pode indicar falhas em sistemas elétricos ou hidráulicos, ou ainda danos em superfícies de controle.
A aeronave havia decolado de Baku, capital do Azerbaijão, em direção a Grózni, no sul da Rússia, com 67 pessoas a bordo. Há informações na imprensa local de que há 32 sobreviventes. O acidente ocorreu próximo a Aktau, no Cazaquistão. Outros dados relevantes é de que a Ucrânia realizou ataques com drones naquela região e que havia forte interferência eletrônica nos sistemas de GPS, além de ação da defesa antiaérea.
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O site Flightradar24 apresenta informações incompletas, possivelmente por conta da interferência causada por sistemas de guerra eletrônica. É possível afirmar que o avião estava voando a cerca de 30.000 pés sobre Makhachkala, na Rússia, quando desapareceu da cobertura do radar às 08h25, horário local.
Às 9h35, reapareceu com o código de transponder 7700, indicando emergência. Às 9h49, o avião adotou o rumo para Aktu. O Flightradar24 mostra a aeronave, em seguida, às 10h07, sobrevoando o Mar Cáspio em direção a Aktau, distante da sua trajetória planejada. A colisão com o solo ocorreu às 10h28.
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O avião caiu no chão em um ângulo acentuado, com a asa direita atingindo o chão primeiro. Então deu uma cambalhota, explodiu e se partiu em dois grandes pedaços, e logo começou um incêndio.
O Embraer 190 era relativamente novo. Tinha a matrícula 4K-AZ65 e havia entrado em serviço em 2013.
Condolências
O acidente ocorreu no momento em que o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, estava na Rússia para uma reunião de cúpula. Ele anunciou o retorno para casa após expressar condolências pelos mortos. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também externalizou condolências.
Embraer pode participar da investigação
Em nota, a Embraer lamentou o acidente e se colocou à disposição para auxiliar as autoridades na investigação das causas da queda. A fabricante é, conforme acordos internacionais, participante de uma eventual investigação de acidente aeronáutico.
“Estamos profundamente tristes com a ocorrência de hoje, próximo a Aktau, no Cazaquistão. Os nossos pensamentos e sinceras condolências vão para as famílias, amigos, colegas e entes queridos afetados pelo ocorrido. Estamos acompanhando de perto a situação e continuamos totalmente empenhados em apoiar as autoridades competentes”, disse a companhia.
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