Abril deveria ter sido um mês de conquistas para o Lockheed Martin F-35A Lightning II: finalmente o caça desenvolvido pelos EUA e seus aliados iria começar a fazer frente às ameaças da China e da Rússia no Pacífico. Porém, duas semanas após o Japão declarar operacional o seu primeiro esquadrão de F-35A, a frota foi afastada de voo após um acidente que resultou na perda total de uma aeronave (e provavelmente do seu piloto).
Até o início de março equipado com caças F-4EJ Phantom, o 302° Esquadrão da Japan Air Self Defense Force (JASDF) já contava com treze F-35A. Os quatro primeiros foram totalmente montados nos EUA, enquanto os demais já haviam saído da montagem final na Mitsubishi Heavy Industries (MHI).
O caça perdido no acidente estava voando sobre o mar, a cerca de 135 da de Misawa, onde fica a sua base, na ilha e Honshu. Os destroços já foram localizados. Foi o segundo acidente com o Lightning II: em setembro do ano passado, um F-35B dos fuzileiros dos EUA caiu na Carolina do Sul.
O novo caça de 5° geração é visto como resposta às constantes invasões do espaço aéreo japonês, ora pela Rússia, ora pela China. Mesmo velocidade e capacidade bélica menores que as dos Sukhoi Su-35 vistos naquela região, o F-35A tem como diferencial ser invisível aos radares.
A parada da frota foi confirmada, porém, nada foi dito sobre os planos de aquisição. O planejamento previa mais seis F-35A até 31 de março de 2020. Até 2023 mais 55 devem ser entregues. A encomenda total deverá chegar a 147 aeronaves, sendo 42 da versão F-35B, de decolagem curta e pouso vertical (STOVL), como as utilizadas em porta-aviões de pequeno porte. Há informações inclusive de que o Japão deve adaptar porta-helicópteros para receber esse tipo caça.
Além de atuar na defesa aérea ao lado dos caças F-15J, a frota de F-35A e F-35B deve também receber mísseis antisuperfície de longo alcance.
Coreia do Sul
No mesmo dia 29 de março, quando o Japão ativou seu primeiro esquadrão, o primeiro par de jatos F-35A Lightning II da Republic of Korea Air Force (ROKAF) chegou àquele país. Sessenta devem ser operados pela Coreia do Sul.
Hoje, mais de 360 F-35 já foram entregues, estando operacionais com a USAF, US Navy, US Marine Corps, Royal Navy e forças aéreas da Itália, Reino Unido, Israel e, agora, Japão. Austrália, Bélgica, Coreia do Sul, Dinamarca, Holanda, Noruega e Turquia estão em diferentes fases entre a assinatura do contrato e a entrada efetiva em serviço.
Mundialmente, a frota de F-35 já ultrapassou as 177 mil horas de voo, com 760 pilotos estando qualificados no modelo.