AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA DOS ARQUIVOS DE ASAS

A história das linhas do Dia D

Hurricane e Spitfire durante comemorações do Dia D, exibindo as "D Day Stripes". Foto: Alan Wilson

As batalhas ferozes nas praias da Normadia ocorridas há exatos 80 anos, em 6 de junho de 1944, o Dia D, também se repetiram no ar. Centenas de caças, bombardeiros, aviões de transporte cheios de paraquedistas e até planadores lutaram no céu contra as forças da Luftwaffe e a feroz artilharia antiaérea alemã no D-Day e nos meses seguintes. Mas como as tropas aliadas em solo, ou mesmo outras aeronaves no céu, poderiam diferenciar aeronaves amigas de inimigas no meio do confuso cenário da batalha?

A solução foi aprovada só no dia 17 de maio, menos de um mês antes da invasão. O Air Chif Marshal Sir Trafford Leigh-Mallory, o homem à frente das forças aéreas durante a chamada Operação Overlord, determinou que todos os caças, aviões para lançamento de paraquedistas, reconhecedores e bombardeiros leves e médios deveriam receber o esquema de pintura especial com listras brancas e pretas. Eram as chamadas D Day Stripes.

B-26 com as marcações nas asas. Foto: Charles E. Brown

Por questão de segurança, só um seleto grupo foi informado previamente do plano de identificar as aeronaves. A grande maioria dos esquadrões só foi informada a partir de 4 de junho, e em alguns casos os mecânicos precisaram correr para terminar a mudança antes das primeiras horas da manhã do Dia D.

O padrão era as listras terem 46 cm de largura, cada uma. Elas deveriam estar nas asas e também na parte traseira da fuselagem, logo adiante do leme. Marcas de nacionalidade e marcações de número das aeronaves não foram cobertas pelas novas listras.

Spitfire com as D Day Stripes. Foto: Pete George

Bombardeiros pesados, como B-24 Liberator e B-17 Flying Fortress não receberam as pinturas, pois foi considerado difícil haver confusão sobre a correta identificação dessas aeronaves. No fim de 1944, com a Luftwaffe cada vez mais fora de operação, as listras deixaram de ser utilizadas.

Curiosamente, os ingleses voltaram a usar o esquema de pintura na guerra da Coreia, sendo seguidos pelos australianos. A Royal Air Force, Fleet Air Arm da Royal Navy, Armée de l’Air e a Aéronavale também voltaram às listras pretas e brancas durante o conflito do canal de Suez, em 1956.

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