Uma possível fusão entre a Gol e Azul, cujas negociações foram iniciadas nesta quarta-feira, 15 de dezembro, não depende apenas da iniciativa das empresas. É necessário tanto haver o fim do processo de recuperação judicial da Gol, nos Estados Unidos, quanto a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Há otimismo para os dois processos. No caso da recuperação judicial da Gol, a previsão é que tudo seja finalizado até maio. Neste caso, tudo depende de uma audiência prevista para fevereiro, com a justiça norte-americana, onde a empresa abriu seu processo. Para dar tudo certo, será necessário aprovar um plano de investimento sólido, que pode superar a marca de R$ 10 bilhões, dependo tanto de credores quanto da venda de ações.
Aqui no Brasil, a disputa no Cade também não deve ser fácil. Azul e Gol devem argumentar que suas rotas não são concorrentes, e sim complementares. Ajuda, por um lado, as rotas regionais operadas pela companhia, com aviões menores. Porém, será necessário justificar bem a exploração de mercado entre grandes centros urbanos, quando são usadas as aeronaves de maior parte. No próprio comunicado ao mercado sobre as negociações, foi defendido que as duas empresas têm aproximadamente 90% de suas rotas como complementares, e não sobrepostas.
Caso aprovada, uma eventual fusão das duas companhias, ainda que mantendo marcas separadas, irá concentrar nas mãos de um único grupo controlador mais de 60% da aviação comercial brasileira. Atualmente, a Latam está na liderança, com aproximadamente 40% do mercado.
Comentar