AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

Airbus aposta no aquecimento do setor aéreo no Brasil e América Latina

Airbus A350-941 durante show aéreo em Berlim. Foto: Julian Herzog

O Global Market Forecast 2024 (GMF) da Airbus, documento em que a empresa faz sua análise sobre o futuro do setor, deixa claro seu entusiasmo com o desenvolvimento da América Latina e do Caribe, incluindo o Brasil. A companhia espera que, até 2043, o número de voos por pessoa no país mais que duplique.

Entre os principais fatores estaria o crescimento da classe média, com mais famílias saindo da condição de pobreza, um fenômeno esperado para toda a região. A Airbus estima que, entre 2023 e 2043, o número de viagens de avião por pessoa saltará de 0,48 para 0,94. Além do Brasil, Chile, Colômbia e Peru devem puxar essa elevação.

O estudo revela que o tráfego doméstico e internacional de passageiros na América Latina deve crescer a uma taxa anual de 5,5% até 2027, como resultado da recuperação da pandemia. A médio e longo prazo, o tráfego irá voltar às tendências pré-pandêmicas, com uma taxa de crescimento anual de 3,6% entre 2028 e 2043.

Demanda por aeronaves

Tudo isso, naturalmente, deve gerar demanda por aeronaves. O documento da Airbus projeta que a frota da região deverá quase dobrar até 2043, crescendo de 1.560 para 2.670 aeronaves nos próximos 20 anos. Dessas novas entregas, 90% continuarão a ser aeronaves de corredor único, como os Airbus A320, e 10%, aeronaves widebody de fuselagem larga, como os Airbus A330.

De acordo com a projeção, a idade da frota nesta área do globo está um pouco abaixo da média global. Atualmente, 37% das aeronaves de passageiros em serviço são de última geração, em comparação com 30% no mundo todo. A América Latina está em uma fase de renovação, resultando em uma frota com idade média abaixo de 10 anos. A prioridade a curto prazo para descarbonizar o setor é substituir os 63% restantes, o que poderia resultar em uma economia de CO2 de cerca de 25% em toda a família Airbus, em comparação com as aeronaves da geração anterior.

Com a frota regional quase duplicando até 2043, a mão de obra será fundamental. O último Global Services Forecast (GSF) 2024–2043 projeta que haverá um acúmulo de demanda por 136 mil profissionais adicionais nos próximos 20 anos, incluindo 46 mil novos técnicos, 36 mil novos pilotos e 54 mil novos tripulantes. Estima-se que o mercado latino-americano de serviços de aeronaves comerciais quase dobre, com uma taxa de crescimento médio anual de 3,6%.

A Airbus já vendeu mais de 1.300 aeronaves na América Latina e no Caribe e lidera o mercado de aviação comercial. Cerca de 800 unidades estão em operação em toda a região, com quase 500 em backlog. Desde 1994, a Airbus garantiu 75% dos pedidos entregues na região.

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Humberto Leite

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