Antigamente conhecida como “Sorbonne da caça” da Força Aérea Brasileira, mas sem nenhuma aeronave de combate sediada ali há mais de vinte anos e nenhuma unidade aérea desde o início de 2014, a Base Aérea de Fortaleza terá boa parte da sua área transformada nos próximos anos. A empresa Fraport, que administra o Aeroporto Internacional de Fortaleza, vai construir um complexo com hotéis, centro comercial e centro logístico.
A Base Aérea de Fortaleza continuará a existir. Continuarão intactos tanto o setor histórico, onde estão localizados o batalhão de infantaria, o prédio do comando e o esquadrão de saúde, quanto a área operacional, mais próxima da pista, onde há hangares e estrutura necessária para receber aeronaves. No meio dos dois setores, porém, o que ainda é um amplo espaço livre onde até a década de 90 funcionou uma pista usada por aeronaves militares e do aeroclube vai mudar completamente com as novas construções.
Criada em 1933, ainda pela Aviação do Exército Brasileiro, a Base Aérea de Fortaleza ficava em uma área afastada da cidade. Durante a Segunda Guerra Mundial, operou com aeronaves P-36, B-18 e B-25B, sendo que um desses do último modelo foi responsável pelo batismo de fogo da FAB, em 22 de maio de 1942.
Depois da guerra, recebeu unidades de bombardeiro e em seguida o Esquadrão Pacau, que operou os F-47 Thunderbolt II, F-80, TF-33 e AT-26 Xavante. O aumento do tráfego aéreo na capital cearense fez a unidade de combate ser transferida para Natal no início de 2002, recebendo em troca o Esquadrão Rumba, com seus C-95 Bandeirante. Neste período, a base chegou a ser utilizada até durante os exercícios Cruzex. Porém, os treinamentos escassearam e o próprio Esquadrão Rumba iria embora em 2014, também afetado pelo tráfego aéreo na região.
Em 2017, a Fraport AG conquistou a concessão do aeroporto de Fortaleza por 30 anos e iniciou um plano de investimentos na área. Uma das principais obras foi a expansão da pista em 210 metros, chegando ao comprimento total de 2.755 metros.
Ótima reportagem, “Defendendo na terra o domínio do Ar.”