AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Áustria e República Tcheca se aproximam do KC-390

Foto: Força Aérea Brasileira

O encontro de operadores atuais e futuros do KC-390, promovido pela Força Aérea Portuguesa na Base Aérea de Beja chamou a atenção pela presença de militares de dois países que ainda não compraram o jato fabricado pela Embraer, mas têm acompanhado de perto sua operação: Áustria e República Tcheca. O evento reuniu delegações do Brasil e de Portugal, que já contam com KC-390 em seu território, além de tripulantes formados, e da Hungria e Países Baixos, que acertaram a aquisição.

No caso da Áustria, o acompanhamento da reunião de operadores do KC-390 acontece poucos dias depois de o país celebrar os 20 anos de operação dos seus C-130 Hércules. O desafio para eles é que já eram aeronaves adquiridas de segunda mão, do Reino Unido, e agora registram mais de 50 anos de voos. Agora, os austríacos buscam uma nova opção no mercado, com o KC-390 concorrendo com o Leonardo C-27J, o Airbus C295 e C-130 de versões mais modernas, novos ou usados.

KC-390 de Portugal

Já a República Tcheca vive uma aproximação com o jato da Embraer há muitos anos. O país foi parceiro no desenvolvimento do KC-390 por meio da empresa Aero Vodochody, que produz a porta dianteira esquerda, portas traseiras, parte da rampa de acesso traseira e a seção traseira da fuselagem. Por conta disso, a bandeira tcheca estava pintada na aeronave apresentada no rollout do KC-390.

Em 2022, a Embraer levou um KC-390 para o aeroporto de Pardubice, onde foi realizada uma ampla apresentação para as autoridades da República Tcheca. Aconteceram voos de demonstração, conversas sobre detalhes técnicos e até o embarque de um blindado Pandur II.

Blindado Pandur II a bordo de um KC-390

Em janeiro desse ano, uma delegação do Ministério da Defesa do país esteve na Base Aérea de Beja para conhecer a visão portuguesa sobre o avião. O objetivo foi saber como será a implantação do novo sistema em uma força aérea europeia. Vale lembrar que os dois países são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e precisam cumprir uma série de requisitos operacionais.

A República Tcheca possui seis cargueiros Airbus C295, equivalentes aos C-105 Amazonas em uso no Brasil. São aeronaves de porte bem menor, com carga útil máxima de sete toneladas. Em 2019, o país também aderiu ao Multinational Multi-Role Tanker and Transport Fleet (MMF), uma iniciativa internacional para compartilhamento de jatos A330 MRTT. Neste caso, são aeronaves de porte maior, e sem capacidades como o pouso em pistas difíceis ou a sobrevivência em missões hostis, além de não poder cumprir missões como lançamento de paraquedistas e reconhecimento, realizáveis pelo jato brasileiro.

Linha de montagem do KC-390, o maior avião já projetado e construído pela Embraer. Foto: Embraer

Portugal fez a compra de cinco KC-390. O primeiro foi recebido na Base Aérea de Beja em outubro e está em fase de certificação pelas autoridades locais de aviação e integração dos equipamentos da OTAN, indisponível no Brasil. Os outros dois clientes já conquistados, a Hungria e os Países Baixos, também fazem parte da OTAN. Nestes casos, adquiriram, respectivamente, duas e cinco aeronaves.

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