Com o recebimento dos três primeiros de oito helicópteros AH-11B Wild Lynx, a Aviação Naval brasileira já via no horizonte próximo uma crise inesperada: a falta de navios de guerra para pousar. Por isso, o anúncio da escolha da consórcio Águas Azuis para a construção de quatro corvetas para a Marinha do Brasil é também uma boa novidade para os aviadores do mar.
Os quatro navios da Classe Tamandaré devem ser entregues entre 2024 e 2028. Embraer, Atech, Thyssenkrupp formam o consórcio, que subcontrata o Estaleiro Aliança (Oceana/Grupo CBO), Atlas Elektronik e L3 MAPPs. Com 3.455 toneladas de deslocamento e velocidade máxima de 14 nós, cada navio poderá levar um helicóptero Wild Lynx.
Hoje, esses helicópteros corriam o risco de não ter todo o seu potencial aproveitado por conta da falta de navios. Apesar de oficialmente a Marinha ter onze navios de escolta (seis fragatas da classe Niterói, duas fragatas da classe Greenhalgh, duas corvetas Inhaúma e uma da classe Barroso), fontes indicam que menos de seis delas têm condições de cumprir missões no mar. Isso significa, por exemplo, que os 8 AH-11B Wild Lynx, ainda em fase de modernização, sequer teriam navios suficientes para operarem.
Uma das principais vantagens dos AH-11B é, precisamente, operar com uma vasta gama de sensores a partir de navios de menor porte, o que possibilita flexibilizar o uso da Aviação Naval. Sem navios escolta disponíveis, a Marinha já utiliza seus Lynx no Porta-Helicópteros Atlântico e até no Navio Doca Multipropósito Bahia, tirando espaço para levar helicópteros maiores, como os UH-15A, AH-15B e SH-16, e sem a vantagem de poder operar em mais navios.