O destróier norte-americano USS Milius ingressou em águas territoriais chinesas de maneira ilegal nesta sexta-feira (24 de março) e só se retirou da área após alertas de navios e de aeronaves militares da China. A informação foi publicada em meios de comunicação do país, como no portal Global Times, em língua inglesa, trazendo fotos do bombardeiro H-6K, aeronave atualmente temida pelo Pentágono por conta da sua capacidade de ataque naval.
De acordo com a imprensa chinesa, no dia 23 de março, o USS Milius já foi advertido por conta da presença ilegal nas águas territoriais próximas às ilhas Xisha. No dia seguinte, a situação se repetiu.
O porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China, Coronel Tan Kefei, afirmou, via comunicado à imprensa, que a atuação da US Navy no local sabota a paz e a estabilidade na região. O comando militar da área monitorou a embarcação de combate até o retorno às águas internacionais.
O DDG-69 USS Milius é um destróier da classe Arleigh Burke, especializado no lançamento de mísseis guiados. Está em serviço desde 1996, notadamente nas regiões do Pacífico e do Oriente Médio. Além dos lançadores dos BGM-109 Tomahawk, conta com mísseis anti-navio Harpoon e antiaéreos RIM-156, RIM-161 e RIM-66, além de lançadores de torpedos, um canhão de 127mm e metralhadoras de 20mm, 25mm e 12,75mm. O navio vai ao mar atualmente com um helicóptero MH-60R Seahawk.
Bombardeiro naval
Desenvolvido ainda na década de 50, o H-6 vem tendo versões cada vez mais modernas. A nova, “K”, tem capacidade de lançar mísseis de cruzeiro CJ-10A, com alcance de até 1.500 km.
Somado ao raio de combate estimado em 3.500 km do H-6K, o míssil tem a possibilidade de ser empregado contra alvos de alto valor a grandes distâncias, como porta-aviões da US Navy e grandes cidades da Ásia. Outras opções de armamentos envolvem um único H-6K levar até seis mísseis anti-navio YJ-12, com alcance de até 400 km e velocidade de Mach 4.
Um relatório do Pentágono, em 2018, apontou que o H-6K poderia ser uma ameaça para a ilha de Guam. “Nos últimos três anos o Exército Popular de Libertação expandiu rapidamente sua operação de bombardeiros, adquirindo experiência em regiões marítimas críticas e, provavelmente, treinamento para ataques contra alvos norte-americanos e aliados”, afirmava o texto.
O Pentágono também demonstrou preocupação com o projeto do H-20, um protótipo de um bombardeiro stealth em forma de asa, equivalente ao B-2.
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