Há exatos 50 anos, em 23 de dezembro de 1974, a primeira decolagem do B-1A ocorreu, projeto da Rockwell Collins com um objetivo ambicioso: combinar o alcance e a carga útil do Boeing B-52 Stratofortress com a velocidade do Convair B-58 Hustler. A aeronave decolou da Base Aérea de Edwards, revelando a eficácia de suas asas de geometria variável, presentes nos quatro protótipos. Logo, surgiram os planos para aquisição de 240 unidades do jato capaz de penetrar em velocidades supersônicas em áreas hostis.
Entretanto, a saga do B-1 não seria simples. Se em 1970 a previsão era de um custo de US$ 40 milhões por unidade, ao longo de 20 anos de operações, em 1975 a estimativa já ultrapassava US$ 70 milhões. Ademais, em 1976, com a deserção do piloto Viktor Belenko com um interceptador soviético MiG-25, questionou-se se o B-1 realmente teria uma taxa de sobrevivência em combate superior à do B-52.
Naquele mesmo ano, durante a campanha presidencial, Jimmy Carter classificou o projeto como um desperdício de recursos públicos. Uma das principais apostas era dotar os B-52 com mísseis de cruzeiro AGM-86. Em 30 de junho de 1977, o programa do B-1A foi cancelado em favor da adaptação desses mísseis nos B-52, além de novos mísseis balísticos, lançados de terra e de submarinos. A opinião pública desconhecia, mas, no ano seguinte, Jimmy Carter também avançou no programa do Advanced Technology Bomber (ATB), que resultaria no bombardeiro furtivo B-2 Spirit. O caça de ataque F-117 também seguia em desenvolvimento, em sigilo.
A política seria responsável por salvar o B-1. Focado no aumento dos gastos militares, o presidente seguinte, Ronald Reagan, decidiu investir no B-1. Dessa vez, uma nova versão seria criada, o B-1B, com foco em voar acima de Mach 1, porém sem o compromisso de atingir Mach 2, e com melhor desempenho em baixas altitudes, inclusive com aumento da velocidade de Mach 0,85 para Mach 0,92. As capacidades de lançar mísseis de cruzeiro e armamentos convencionais foram aprimoradas. O peso máximo de decolagem subiu de 179 para 216 toneladas.
O primeiro B-1B voou em 18 de outubro de 1984, quase uma década após o B-1A. A centésima, e última, entrega para a Força Aérea dos Estados Unidos ocorreu em 2 de maio de 1988, após um acelerado programa de produção. Atualmente, aproximadamente 40 unidades permanecem em serviço.
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