A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) discutiu no mês de julho dois programas que abordam gargalos e a sustentabilidade dos combustíveis de aviação, iniciativas da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, do Ministério de Minas e Energia (MME). São eles: o “Abastece Brasil”, com foco no desenvolvimento do mercado de combustíveis e a livre concorrência no setor, e o “Combustível do Futuro”, para fomentar o uso de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de emissão de carbono.
“Nós queremos construir um novo cenário do querosene de aviação (QAV) no Brasil. Sabemos que se enfrentarmos este debate, poderemos saltar dos 100 milhões de passageiros que transportamos em 2019, para 200 milhões em 2030”, afirmou o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz, destacando gargalos históricos que tornam o QAV um dos mais caros do mundo, como a política de precificação, a tributação do ICMS e PIS/COFINS e o impacto do dólar.
“Somos amplamente favoráveis ao fomento de uma política pública de bioquerosene. Existem alternativas e projetos bastante desenvolvidos, mas há ainda espaço para mais debate. À medida que isso avance, é possível criar no país uma nova matriz energética. O Brasil tem espaço, tecnologia, história e estrutura para ser talvez um dos países inovadores e protagonistas de um novo modelo de combustível para aviação”, acrescentou Sanovicz.
Ministério das Minas e Energia
Também participaram da videoconferência do último dia 16 o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, José Mauro Coelho, da diretora do Departamento de Combustíveis Derivados do Petróleo e coordenadora do Abastece Brasil, Maria Maia de Barros, e do diretor do Departamento de Biocombustíveis e coordenador do Combustível do Futuro, Pietro Mendes.
“O tema é muito importante e sabemos o quanto a aviação foi impactada pela pandemia. Temos conhecimento também que o setor foi o mais abalado na demanda de combustível neste período. Precisamos discutir com mais detalhes a precificação do querosene de aviação no Brasil. Sabemos que há uma forte concentração de mercado na distribuição, sem concorrência. Estamos totalmente à disposição para trabalharmos este tema em conjunto”, afirmou Coelho. “Quanto ao bioquerosene, é um tema que se liga a outros temas importantes para o Brasil, como o diesel verde, que queremos inserir na matriz energética nacional”, acrescentou o secretário.