AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Canadá e Suíça focam em aviação de combate e suspende shows aéreos com caças

As forças aéreas do Canadá e da Suíça estão focadas em assegurar a operacionalidade e na renovação das suas aviações de combate. Para isso, ambas suspenderam shows aéreos com caças para 2025 de forma a economizar recursos. Os dois países atualmente voam jatos F-18 Hornet e estão em fase de aquisição de novos F-35 Lightning II.

No caso canadense, o país anunciou a suspensão das atividades do “CF-18 Demonstration Team”, composto tradicionalmente por um jato e quatro pilotos, sendo um deles titular. Ao longo de 2025, shows aéreos terão apenas sobrevoos de caças F-18 com a pintura tradicional cinza, sem haver uma dedicação exclusiva de militares a esse tipo de missão. O número de apresentações será reduzido.

O Canadá enfrenta a falta de caças modernos para cumprir seus compromissos de defesa aérea. O país compartilha com os Estados Unidos a proteção da soberania da América Anglo-Saxônica, além de ter compromissos no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), como o envio de esquadrilhas para o leste europeu, por exemplo.

A aquisição de 88 novos caças F-35 Lightning II, assinada somente em 2023, prevê o recebimento a partir de 2026, mas com uma espera de pelo menos até o fim da década para atingir a capacidade operacional esperada. Até lá, permanecem em serviço cerca de 60 F-18A e 24 F-18B, da década de 80, incluindo unidades adquiridas usadas da Austrália.

Já a Suíça, até pouco tempo atrás conhecida pela neutralidade, tem focado cada vez mais na sua defesa aérea. No início do 2024, ocorreu o anúncio de cancelamento da participação em todos os grandes eventos programados para 2024 e 2025. A decisão afeta também o time de demonstração com helicópteros Super Puma. Já o grupo que faz apresentações com turboélices PC-21 terá agenda restringida.

F-18 Hornet da Suíça durante show aéreo. Foto: Ank Kumar

Em paralelo, o país faz investimentos nas suas forças armadas. Só a compra de 36 caças F-35A Lightning II deve custar cerca de US$ 6,25 bilhões. Até 2030, a Suíça planeja garantir um investimento anual de pelo menos 1% do valor do Produto Interno Bruto em defesa, o que significará um aumento de pelo menos um terço no orçamento militar. Atualmente, a Suíça conta com 30 caças F-18 C/D e 30 F-5 E/F.

A Suíça se diz um país neutro desde o século XVI, sendo reconhecida assim a partir do Congresso de Viena, em 1815. Nas duas grandes guerras mundiais, não aderiu a nenhum lado. Em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) ressaltou seu papel de neutralidade e o país é sede de organizações como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), símbolo de neutralidade e universalidade.

Ser pacífico não quer dizer não ser armado. Em ambas as guerras mundiais, o país manteve uma “paz armada”, com suas forças preparadas para defender a integridade do território, não importando quem seria o invasor. Tanto aeronaves nazistas quanto britânicas e norte-americanas foram abatidas, tanto por caças suíço quanto pela artilharia antiaérea.

Foto: Forças Armadas da Suíça

Ainda assim, as características únicas da Suíça têm reflexos na força aérea. Dos cerca de 20 mil militares na ativa, 1.500 são de carreira e o restante são reservistas. É o caso da maioria dos pilotos de F-5: em geral, têm o emprego primário em linhas aéreas e atuam como caçadores de maneira secundária.

O elogiável bom estado de conservação dos F-5, disputados no mercado internacional de usados, se deve ao cuidado e ao pouco usado. De fato, até 2020 a Suíça sequer tinha um alerta de defesa aérea 24 horas, por falta de tripulantes. Isso gerou embaraço em 2014, quando o país foi incapaz de interceptar um Boeing 767 sequestrado. Acordos com a Itália e com a França permitiram realizar interceptações no território suiço, mas em 2020 finalmente foi estabelecido um alerta com pelo menos dois F-18, cujos pilotos agora são militares de carreira.

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