AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Cargueiros Antonov ganham função de bombardeiro na guerra civil sudanesa

Antonov 12 da Rússia, semelhante aos operados pelo Sudão. Foto: Igor Dvurekov

Em meio à guerra civil que assola o país desde abril, a força aérea do Sudão voltou a utilizar seus cargueiros Antonov An-12, An-26 e An-30 como bombardeiros. A mesma solução foi empregada em 2003, quando essas aeronaves foram utilizadas para ataques durante a guerra em Darfur.

Há duas formas de utilização desses cargueiros como bombardeiros. A mais comum é o lançamento de bombas de 227 kg a partir das portas de carga. Haveria até já um sistema semi-automático para quatro artefatos deste porta. A outra opção é levar os armamentos como cargas subalares, uma opção que reduz o desempenho da aeronave.

Há informações, ainda, de que além de bombas tradicionais, haveria o lançamento de tambores de combustível cheios de explosivos e estilhaços. As aeronaves já são informalmente conhecidas como “Antonov Bombers” no Sudão.

Aeronaves da Força Aérea do Sudão. Foto: Eduard Onyshchenko

O uso não se dá por falta de opções. O Sudão adquiriu os MiG-29 em 2003 e também conta com jatos  MiG-21, MiG-23, Nanchang Q-5, Shenyang J-6, Chengdu J-7, Sukhoi Su-24 e Sukhoi Su-25. Os números de aeronaves disponíveis são desconhecidos.

O uso de armamentos convencionais ou adaptados por essas aeronaves chama a atenção da comunidade internacional pelas denúncias de ataques massivos e em regiões civis, sem alvos militares. O atual conflito é contra as “Forças de Suporte Rápido”, grupos paramilitares que lutaram ao lado do governo sudanês no conflito de Darfur, tendo sido responsáveis por crimes contra a humanidade, segundo a Human Rights Watch.

O grupo foi enviado também para participar nas guerras civis da Líbia e do Iêmen. Agora, a disputa é interna, com a guerra sendo provocada por generais que querem o poder do país africano.

Terceiro maior país da África e terceiro maior do mundo árabe, o Sudão não é uma democracia: em 2019, com apoio popular, o Exército derrubou o presidente e conduzia uma transição democrática até um novo golpe de Estado, em 2021, dessa vez criticado duramente por protestos.

Aeronaves leais

Não é possível saber quais aeronaves militares do Sudão estão em qual lado do front. Em abril, pelo menos dois caças MiG-29 da força aérea do Sudão atacaram alvos na própria capital do país, Cartum.

De acordo com Air Forces Index de 2023, da Flight Global, a força aérea do Sudão contava no início de 2023 com onze caças MiG-29, 24 F-7 e MiG, catorze Su-25 e três Su-24, dentre outros aviões de combate. Entre os helicópteros, estavam 43 Mi-24/35 e 24 Mi-8/17.  

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