Com veto ao F-16, Tailândia usa caças Gripen para treinar com a China

Os Estados Unidos vetaram a Tailândia de empregar seus caças F-16 no exercício Falcon Strike 2024, que ocorre nesta semana em parceria com a China. Porém, os jatos JAS-39 Gripen, também parte da frota tailandesa, vão poder treinar lado a lado com os Chendu J-10 e Xi’an JH-7. Mais que combates aéreos simulados, o Falcon Strike marca a constante mudança da postura internacional tailandesa.

A Tailândia era um aliado indiscutível dos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial, destacando-se a operação de aeronaves norte-americanas no país do sudeste asiático  e o apoio durante a Guerra do Vietnã. Porém, desde o golpe de estado ocorrido em 2014, os novos governantes tailandeses têm se aproximado cada vez mais da China, ainda que sem romper as relações com os norte-americanos.

No ano passado, por exemplo, caças F-15 dos Estados Unidos foram até a Tailândia para participarem do exercício “Enduring Partners”. Porém, ao mesmo tempo, desde 2015 ocorre o treinamento Falcon Strike, com a China, suspenso em 2020 e 2021 por conta da pandemia de covid-19, sendo um símbolo dessa mudança geopolítica da Tailândia, inclusive com os chineses disputando agora com os norte-americanos quem é o maior fornecedor de material militar ao país.

Agora em 2024, a força chinesa, também composta por aviões de carga Y-20 e aviões-radar Shaanxi KJ-500, ficará ao longo da semana na Base Aérea de Udorn, que serviu por décadas como local de apoio às operações dos Estados Unidos naquela região. No ano passado, o destaque da China foi a presença dos caças Shenyang J-11, variante do Su-27 Flanker. Nesta edição, o destaque é o J-10C, versão atualizada com novo radar do tipo AESA.