A autoridade máxima de aviação civil dos Estados Unidos, a Federal Aviation Administration (FAA), iniciou uma nova investigação formal sobre o Boeing 737 Max, dessa vez especificamente para o modelo Max 9. A FAA informou à Agência Reuters que o incidente com uma aeronave da Alaska Airlines, em 5 de janeiro, que sofreu uma descompressão após perder uma janela em voo, não deveria ter ocorrido e não pode se repetir.
A nova investigação é para determinar se a Boeing consegue garantir que as aeronaves entregues estão em efetivas condições de segurança para voar. A aeronave da Alaska Airlines tinha três meses de uso quando teve esse problema, possivelmente acarretado por parafusos soltos. A FAA já havia ordenado que as companhias aéreas operadoras do Boeing 737 Max 9 fizessem inspeções em suas frotas e a United Airlines e a Alaska Airlines relataram problemas de parafusos soltos.
Enquanto ocorrem as inspeções, as operações de 171 jatos Boeing 737 Max 9 somente nos Estados Unidos estão suspensas. Outros países seguem a orientação norte-americana. De acordo com a Reuters, a FAA citou em carta à Boeing que há “discrepâncias adicionais” em outros aviões do tipo. Já a Boeing respondeu à autoridade federal que vai cooperar com as investigações.
As ações da Boeing já despencaram mais de 10% desde o incidente com a aeronave da Alaska Airlines. A empresa vive uma nova fase da crise de imagem iniciada em 2019, quando toda a família 737 Max foi impedida de voar globalmente após dois acidentes deixaram 346 mortos e evidenciaram falhas no Maneuvering Characteristics Augmentation System (MCAS).
Agora, a Boeing já enfrenta questionamentos de parlamentares dos Estados Unidos, que criticam tanto a fabricante quanto a própria FAA, sob alegação de necessidade de maior rigidez dos processos regulatórios. Passageiros do voo da Alaska Airlines também já avançam processos reparatórios na justiça.
No Brasil, a Gol Linhas Aéreas opera o 737 Max, porém não é afetada por esse novo problema por voar aeronaves Max 8, e não Max 9. Já a Copa Airlines, que tem destinos no território brasileiro, tem enfrentado cancelamento de voos por contar com uma frota de 21 Boeing 737 Max 9.
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