O custo de operação dos caças F-35 precisa baixar nos próximos seis a oito anos ou o número de jatos a serem adquiridos deverá ser menor que o inicialmente planejado. É esta a conclusão de um documento da United States Air Force (USAF) obtido pela revista norte-americana Air Force Magazine.
De acordo com o documento, em 2012 a USAF estimou gastar cerca de US$ 4,1 milhões por cada aeronave a cada ano, comparável ao registrado pela frota de F-16. Isso se mostrou irreal. Agora, é esperado um custo de 7,8 milhões de dólares por cada aeronave em 2036, sem contar com a inflação.
A planilha de custos é considerada insustentável caso o F-35 venha a se tornar, de fato, a aeronave mais numerosa da USAF. “A Força Aérea precisa das capacidades avançadas do F-35, mas de maneira acessível”, cita o documento obtido pela imprensa especializada norte-americana.
Apesar de haver o plano de manter o F-16 em serviço além de 2030, isso poderia mudar caso o F-35A tivesse um custo operacional mais baixo. Porém, ao longo dos próximos seis ou sete anos a USAF decidirá se adotará outra plataforma para substituir parte dos seus F-16.
O documento cita que o US Marine Corps e a US Navy, que operam os F-35B e F-35C, com maior nível de complexidade por conta do ambiente naval, estimaram o custo anual por aeronave entre US$ 6,8 milhões e US$ 7,8 milhões, respectivamente. “É mais realístico, mas provavelmente também inatingível”, diz o documento vazado.
O Tenente-General Erick T. Fick, responsável pelo programa conjunto dos caças F-35 dos Estados Unidos, deixou claro o desafio financeiro para os próximos anos durante coletiva de imprensa realizada no dia 13 de maio. “Eu vejo o custo como o maior inimigo do programa. Eu vejo o alto custo como uma ameaça à existência do F-35”, disse, de acordo com a Air Force Magazine.
O general relativizou, inclusive, a queda do preço de aquisição, agora abaixo de 80 milhões de dólares, por representar apenas parte do que é gasto quando há a aquisição de uma aeronave. Ele também explicou que a cada do preço da hora de voo, de US$ 37.000 para US$ 33.000 também não significa uma economia direta.
“Eu posso reduzir o custo de hora de voo por estar voando mais horas”, disse. “Você aumenta o denominador e o custo geral por hora de voo cai. Por outro lado, isso de fato aumenta o custo por caça”, explicou. “Alternativamente, eu posso voar menos e aumentar o meu custo por hora de voo”, citou.
O militar adicionou que o Pentágono tem trabalhado com a Lockheed Martin e com a Pratt & Whitney para reduzir os custos do F-35. Segundo o general, as empresas “fazem um grande trabalho, mas são muito caros”.
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