O 2º Grupo de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro participou, no período de 13 a 17 de setembro, da Operação Sagitta Primus 2021. Drones Delta Eclipse, fabricados pela empresa brasileira Brasil Aircraft, com peso total de 14 kg e velocidade máxima de 280 km/h, foram utilizados para calibrar os sistemas de mira do Realizado no Campo de Instrução de Formosa, em Goiás, o exercício teve como destaque os disparos reais do míssil telecomandado RBS-70, do míssil portátil Igla-S e do canhão 35 mm do blindado Gepard.
O objetivo foi capacitar os grupos e baterias antiaéreas a realizarem o tiro para apoiar a Força Terrestre na defesa de infraestruturas críticas e na proteção antiaérea das tropas e instalações da zona de combate. Foi também utilizado um radar Saber M60. O exercício contou ainda com disparos reais dos dois modelos de mísseis e do Gepard.
De origem russa, o míssil 9K338 Igla-S tem alcance máximo de 6 km contra alvos voando a até 3,5 km de altura. A versão anterior dessa arma tem uma longa ficha de serviços, incluindo o abate de um F-16 e de um Tornado durante a Guerra do Golfo, um Mirage 2000 sobre a Bósnia, e pelo menos de um A-37 Dragonfly equatoriano e de um Mi-25 peruano durante o conflito do Cenepa, em 1995, quando ambos os lados contavam com o Igla. A versão atualmente em uso no Exército Brasileiro tem um alcance maior e um sistema de busca infravermelho aprimorado.
Já o Gepard 1A2 foram adquiridos usados da Alemanha, em 2013. As 37 unidades vieram inicialmente para cumprir os compromissos de defesa assumidos para a Copa do Mundo, tendo sido utilizados já na defesa durante as Copa das Confederações, em 2013. Esses veículos uniram o chassi do carro de combate Leopard 1 com uma torre com dois canhões 35mm com alcance máximo de 5 km, além de um radar de busca e um de aquisição de alvos.
Por fim, o RBS 70 Mk.2 é o sistema mais avançado. Teve a sua aquisição divulgada em março de 2014, e mesmo assim houve tempo para fazer parte do plano de defesa para a Copa do Mundo realizada em junho daquele ano. Em 2016, durante os Jogos Olímpicos, foi o principal vetor da antiaérea, com unidades ocupando o topo de edifícios, uma cena que também se repetiu em Brasília durante a posse presidencial de 2019.
Com alcance de 7 km e possibilidade de atingir alvos a até 4 mil metros de altura, o RBS 70 Mk.2 tem guiagem por feixe laser, o que torna a operação imune às contramedidas típicas contra sistemas infravermelhos e aumenta a segurança para uso em espaços aéreos onde também há aeronaves civis. Em 2018, o Exército adquiriu mais um lote, porém da versão RBS 70NG, que tem como principais vantagens o alcance de 8 km, o acompanhamento automático de alvos e a possibilidade de ser operado remotamente.
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