AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

F-22 Raptor “abatido” por FA-50 durante treinamento

As capacidades de combate do caça leve FA-50 parecem ter alcançado um novo nível de confirmação. Um desses jatos de origem sul-coreana, voando com as cores da Força Aérea das Filipinas, conseguiu “abater” um F-22 da United States Air Force (USAF) durante o exercício Cope Thunder, em julho.

Apesar de ser no contexto de um treinamento, a imagem de um F-22 Raptor na mira do FA-50 mostra tanto a qualidade do aviador filipino quanto do caça sul-coreano. Na cabine do F-22 estava um oficial da USAF de um dos esquadrões sediados no Havaí, considerados estratégicos para a região do Pacífico. 

Vale ressaltar, contudo, que o combate simulado ocorreu na arena visual, a curta distância, quando o F-22 não contava com as vantagens de ser stealth nem da sua capacidade de combinação do radar, sistemas passivos e armamento de longo alcance, cujas características não são amplamente divulgadas e representam a ponta de lança da USAF. Ainda assim, o jato norte-americano ainda contava com a força dos seus motores e suas capacidades aerodinâmicas avançadas.

Com motor General Electric F404, o FA-50 chega a Mach 1.5 e pode subir a 39 mil pés em um minuto. Isso é um pouco superior aos F-5E (34 mil pés em um minuto), mas bem atrás do alcançado pelo F-16 ou Gripen (50 mil). O FA-50 também está limitado a manobras de +8g, enquanto os caças de primeira linha vão a +9g.

A capacidade ar-ar atualmente tem como destaques o canhão M197, com três canos de 20mm, e mísseis AIM-9 Sidewinder, além do radar AN/APG-67(v)4. As doze aeronaves vendidas para a Força Aérea das Filipinas, onde são os principais vetores de defesa aérea, já contam com capacidade de lançar mísseis BVR. Destaca-se também a existência de datalink e suíte de guerra eletrônica.

Entre os armamentos ar-solo se destacam mísseis AGM-65 Maverick e bombas com kits de guiagem JDAM ou SPICE. As indústrias de Israel e da Europa já demonstraram interesse em integrar mísseis Python, Derby, Meteor e ASRAAM.

Já o radar padrão é o israelense Elta EL/M 2032, comparável aos Grifo utilizados pelos F-5EM da Força Aérea Brasileira. Há propostas para adotar radares mais modernos, como o Selex Vixen 500E ou um futuro radar AESA em desenvolvimento pela Samsung. Outro sistema já incorporado é o pod de designação AAQ-33 Sniper.

A Coreia do Sul investe para tornar o FA-50 em um sucesso entre forças aéreas com orçamentos mais reduzidos. Hoje, só um país confia a sua defesa aeroespacial inteiramente ao FA-50: as Filipinas. A Coreia do Sul e o Iraque adquiriram 60 e 24 unidades do FA-50, respectivamente, porém como uma força complementar aos seus F-16. A Coreia conta também com os F-15 e F-35.

O Golden Eagle, na realidade, faz sucesso na missão para o qual foi originalmente desenvolvido: treinador. Coreia do Sul, Indonésia e Tailândia operam a versão T-50 na missão de formar os futuros aviadores de caça de suas forças aéreas. O Iraque fez o mesmo com os FA-50, designados localmente como T-50IQ, que é derivado do FA-50, mas manteve o designador T, de Treinador.

A história do jato surgiu com a autorização da Lockheed Martin para que a Korea Aerospace Industries (KAI) fabricasse sob licença caças F-16. A partir daí houve a ideia de criar um treinador avançado. A própria empresa norte-americana ajudou no desenvolvimento, que não por acaso resultou em uma aeronave que lembra o F-16. O primeiro voo aconteceu em 20 de agosto de 2002 e já em 2005 o T-50 começou a substituir os antigos T-37 e T-38. Os principais avanços foram levar para um treinador tecnologias como fly-by-wire, HUD, navegação inercial e cabine com conceito HOTAS.

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