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Fato ou Fake: Avião desarmado abateu Mirage no Golfo?

Os EF-111 voavam desarmados durante a Guerra do Golfo

Primeira noite da Guerra do Golfo, em 17 de janeiro de 1991. Um jato de guerra eletrônica EF-111A Raven, recheado de sistemas modernos, porém sem armamento, é interceptado por um caça Mirage F-1EQ do Iraque. O F-15C Eagle da escolta não chegou a tempo de evitar que o iraquiano lançasse um míssil contra a aeronave sem condições de revidar. Porém, o EF-111A conseguiu escapar manobrando e lançando chaffs. Em seguida, mergulhou em direção ao solo, voltando a subir já próximo do impacto. Já o Mirage inimigo não teve tanta sorte, e acabou batendo nas areias do deserto.

O piloto do EF-1111, Capitão James Denton, e seu Electronic Warfare Officer (EWO), Capitão Brent Brandon, conseguiram o crédito por uma vitória ar-ar, mesmo sem voar em uma aeronave armada. Ambos foram agraciados com a Distinguished Flying Cross. Um feito.

Mas a história não foi bem é assim. É o que sustenta Tom Cooper, pesquisador austríaco que desde os anos 80 é referência sobre os conflitos aéreos, em especial no Oriente Médio. Segundo ele, o Mirage sobreviveu ao encontro. E mais: o piloto teve certeza de que havia abatido o EF-111!

Naquela noite, 21 F-15E invadiram o espaço aéreo iraquiano por volta das três da manhã para destruir baterias de mísseis Scud. Dois EF-111 faziam a interferências nos radares, o que ajudou a missão a permanecer oculta até as explosões das primeiras bombas, por volta das 3h05. O avião-radar E-3A e os caças F-15C da cobertura não detectaram nenhum interceptador.

Mirages F-1 iraquianos

Porém, logo após os alvos serem destruídos, um único Mirage F-1EQ, com matrícula 4021, decolou para tentar destruir algum atacante. O avião era pilotado pelo Capitão Nafie Najim Al Jabouri, experiente aviador com 1.000 horas de combate durante a guerra Irã-Iraque a bordo de caças Mirage F-1.

Por volta das 3h20, Jabouri tinha um alvo em seu radar e pediu autorização ao controle de solo para atirar. Quando concedida, lançou um único Matra Super 530, de guiagem semi-ativa, a uma distância de 10 quilômetros do EF-111 voado pelos capitães James Denton e Brent Brandon.

Os norte-americanos foram pegues de surpresa. De repente, os sistemas a bordo acusavam o lançamento de um míssil inimigo. Denton fez manobras e lançou chaff, o que fez o Super 530 se perder e explodir antes de atingir seu alvo.

O piloto iraquiano, ao ver a explosão, pensou ter destruído o EF-111. Em seguida, notando a presença dos F-15C da escolta, acionou seu afterburner e fugiu a alta velocidade e baixa altura. Os norte-americanos, ao terminarem a manobra, perceberam que o Mirage já não estava mais atrás deles.

Caças EF-111 em operação a partir da Arábia Saudita

Horas depois, os dois lados achavam ter destruído o inimigo. Mas ninguém o fez, garante Tom Cooper.

Para aumentar a confusão, em fevereiro o EF-111 envolvido na história acabou se envolvendo em um acidente com perda total. Para os iraquianos, era a confirmação do kill do Capitão Jabouri. Um EF-111 foi pintado na lateral do Mirage F-1.

Jabouri continuou na ativa da Força Aérea do Iraque até março de 2003. Durante a segunda invasão norte-americana, morreu na decolagem de uma pista improvisada na tentativa de cumprir pelo menos uma missão contra seus inimigos.

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