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Autoridades dos EUA sabiam de falhas no projeto do 737 Max

Com duas tragédias em sete meses de operação, a Boeing vê ameaça ao mercado de 5 mil aeronaves já encomendadas

Autoridades dos Estados Unidos deixaram que jatos Boeing 737 Max continuassem operando mesmo após saberem que existia risco de um acidente fatal, o que de fato aconteceu. A informação foi divulgada hoje pelo The Wall Street Journal e afeta a confiança tanto na Boeing quanto na Federal Aviation Administration (FAA).

De acordo com a reportagem investigativa, a FAA produziu um relatório após o acidente com um 737 Max 8 da Lion Air, em 29 de outubro de 2019, que vitimou todas as 189 pessoas a bordo. O documento sustentava que novos acidentes poderiam ocorrer se não fossem corrigidas falhas no projeto. Houve inclusão uma projeção de um acidente fatal a cada dois ou três anos caso nada fosse feito. Mesmo assim, as conclusões não foram divulgadas à época. Em 10 de março de 2019, um segundo 737 Max 8, dessa vez da Ethiopian Airlines, se acidentou, causando mais 157 mortes.

Somente após o segundo acidente a FAA determinou a suspensão dos voos do 737 Max após uma ordem pública do presidente Donald Trump. Ainda assim, as autoridades norte-americanas só divulgaram a decisão depois de 50 países terem proibido os voos com o modelo. Até aquele momento, publicamente, a FAA e a Boeing sustentavam que não havia motivos suficientes para parar os voos.

A reportagem do The Wall Street revela que tanto a Boeing quanto a FAA tinham informações completamente contrárias.

Ainda não há data para retorno das operações do 737 Max.

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