Há exatos 45 anos, em 6 de outubro de 1977, voava pela primeira vez um caça Mikoyan MiG-29. O piloto de testes Alexander Vasilievich Fedotov fez o primeiro protótipo decolar da pista de Ramenskoye. O projeto soviético tinha como objetivo fazer frente a novos projetos dos Estados Unidos, como o F-15 Eagle (primeiro voo em julho de 1972), F-14 Tomcat (primeiro voo em dezembro de 1970) e F-16 Fighting Falcon (primeiro voo em fevereiro de 1974).
Para esse desafio, o MiG-29 deveria ser um jato extremamente manobrável e possuir força nos motores o suficiente para mantê-lo ágil em combates aéreos de alta intensidade. Ao mesmo tempo, conforme definido pelo governo soviético, deveria ser um jato leve, simples e de baixo custo, a ser produzido em larga escala para complementar um outro modelo mais pesado e mais complexo, que viria a ser o Sukhoi Flanker. Era a mesma lógica vista para o F-16 e o F-15.
O MiG-29 entrou em serviço com as forças soviéticas em 1982 e logo foi apelidado pela OTAN como “Fulcrum”. As reais capacidades do jato permaneceram desconhecidas, mas sabia-se que estava substituindo amplamente os MiG-23 nas unidades de linha de frente. Curiosamente, o primeiro cliente de exportação não foi uma nação do Pacto de Varsóvia, e sim a Índia, que recebeu seus primeiros MiG-29 em 1985. Depois viriam Iugoslávia, Alemanha Oriental, Coreia do Norte, Líbia, Iraque e Síria, que teria tido um par desses caças abatidos em 1989 por caças F-15 israelenses.
A grande surpresa do Ocidente, porém, ocorreu com a queda do Muro de Berlim. Quando a força aérea da Alemanha Ocidental teve seu primeiro contato com as bases do lado Oriental, a conclusão foi de que os MiG-29 eram jatos bem mais capazes do que se imaginava. A capacidade de manobra a baixa velocidade, o desempenho do míssil Vympel R-77 e o uso de mira montada no capacete fazia do caça de origem soviética uma séria ameaça aos modelos dos Estados Unidos e seus aliados. Destaque também para o sensor ótico (IRST). Os alemães mantiveram os MiG-29 em uso até o início do novo século.
Argélia, Azeibaidjão, Bangladesh, Bierlorrúsia, Bulgária, Cazquistão, Chade, Cuba, Eritréia, Eslováquia, Iemen, Irã, Hungria, Malásia, Moldávia, Mongólia, Mianmar, Peru, Romênia Sérvia, Sudão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão completam a lista de operadores atuais e do passado. Ao todo, mais de 1.600 unidades foram fabricadas.
Ainda que atualmente superado por aeronaves mais recentes, o MiG-29 continua como uma plataforma válida para combate, inclusive com uso na guerra da Ucrânia. O país, que fez parte da União Soviética, equipou seus caças com os mísseis norte-americanos AGM-88 Harm e tem fustigado radares russos. Já Moscou conta com o MiG-35, uma versão amplamente melhorada hoje oferecida para eventuais clientes de exportação.
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