AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA DOS ARQUIVOS DE ASAS

Há 85 anos, Amelia Earhart desaparecia no Oceano Pacífico

Há exatos 85 anos, em 2 de julho de 1937, Amelia Earhart desapareceu no Oceano Pacífico durante a sua tentativa de dar a volta ao mundo a bordo de um Lockheed L-10E Electra. Foi o provável fim de uma vida de aventuras e pioneirismo, mas certamente não encerrou a influência de uma das figuras mais relevantes na história da aviação mundial. 

Não seria a primeira volta ao mundo de avião, mas o planejamento previa que fosse a mais a longa: uma rota mais próxima do Equador garantiria uma distância percorrida de 47 mil km. A aventura havia começado em 20 de maio, partindo da Califórnia e com escalas na América do Sul (incluindo as cidades brasileiras de Fortaleza e Natal), África, Ásia e Nova Guiné. Mais de 35 mil km haviam sido percorridos com sucesso. 

Porém, na 31° etapa da aventura, a de maior duração, que envolvia voar 2.556 milhas entre Lae, na Nova Guiné, e a ilha Howland, no Pacífico, Amelia Earhart e seu navegador, Joseph “Fred” Noonan, aparentemente tiveram problemas com a então moderna tecnologia de navegação por rádio. A meteorologia também se degradou, com chuva e camada de nuvens. 

O navio Itasca, da Guarda Costeira dos EUA, estava próximo da ilha e recebeu transmissões de Amelia até às 8h43. Uma das mensagens recebidas pela embarcação foi:  “Acho que estamos perto de vocês, mas não conseguimos vê-los. O combustível está acabando”. Supõe-se que a aeronave chegou a estar a menos de 10 milhas de distância, mas mesmo soltando fumaça negra a tripulação do Itasca não conseguiu ser vista nem localizar nada. 

A extensa missão de busca, realizada por embarcações e aeronaves dos Estados Unidos com o apoio do Japão, durou até o dia 19 de julho. O marido de Amelia, George Palmer Putnam, ainda financiaria uma busca privada. Porém, nenhum sinal do Lockheed L-10E Electra e dos seus ocupantes jamais foi encontrado. Em 5 de janeiro de 1939, Amelia Earhart foi declarada oficialmente morta. 

Ela tinha 39 anos no dia do seu desaparecimento. Nascida em 24 de julho de 1897, Amelia Earhart já era uma celebridade internacional. Ela havia começado a voar em 1920, tendo como instrutora Anita “Neta” Snook, outra pioneira da aviação. Bem relacionada na alta sociedade,  Amelia Earhart se destacaria por incentivar a aviação, e a participação das mulheres. Somente um ano após o voo pioneiro de Charles Lindbergh entre a Europa e os Estados Unidos, ela faria a rota entre Newfoundland e o País de Gales a bordo de um Fokker F.VIIb em 17 de junho de 1928, com tempo total de 20 horas e 40 minutos. 

Recebida nos Estados Unidos pelo presidente Calvin Coolidge em clima festivo, Amelia se tornou figura presente nos holofotes, indo desde as comparações com Charles Lindbergh (inclusive na aparência física) até divulgação de roupas e artigos femininos. Chamada de “Rainha do Ar” pela imprensa, porém, logo diria que o voo transatlântico havia sido realizado, de fato, pelos outros dois tripulantes: Wilmer Stultz e Louis Gordon. 

Nos anos seguintes, com a fama, ela se dedicou a criar marcas individualmente. Em 1931, estabeleceu recorde de velocidade para trecho de 100 km, se tornou a primeira mulher a voar um autogiro e atingiu a maior altitude registrada até então em um autogiro, espécie de precursos dos helicópteros atuais. No ano seguinte, 1932, seria a primeira pessoa a cruzar os EUA em uma aeronave do tipo e, dessa vez sozinha, a cruzar o Oceano Atlântico. Não satisfeita, fez a viagem duas vezes e se tornou a primeira pessoa a cruzar o Atlântico duas vezes pilotando, o que fez receber a Distinguished Flying Cross. Em 1933, foi a primeira mulher a voar de costa a costa dos EUA sem escalas. E em 1937 estabeleceu o recorde de velocidade entre o Havaí e a Califórnia. 

Amelia Earhart é apontada como uma personagem fundamental para que os EUA passassem a ver a aviação com outros olhos. O papel dela na busca por mais destaque para as mulheres na sociedade também é notável. Sua visão sobre casamento, pregando responsabilidades igualitárias para marido e esposa, foi marcada até pela troca de uma lua de mel por uma turnê promovendo autogiros. Amelia Earhart também se opôs publicamente a ser chamada de “Senhora Putnam”, apesar de os manuais de redação dos jornais da época indicassem ser obrigatório chamar uma mulher pelo sobrenome do marido após o casamento. 

Foi também uma forte defensora das mulheres na aviação. Em 1934, quando uma corrida aérea promovida pela Bendix decidiu barrar as competidoras, ela recusou o convite para abrir o evento. Também ajudou a criar a organização The Ninety-Nines, focada no apoio a jovens que desejam se tornar aviadoras. Recusando o rótulo de “rival”, ela se aproximou de outra aviadora de destaque da época, Jacqueline Cochran, e se tornaram amigas. 

Ao longo das décadas, Amelia Earhart se tornou um ícone nos Estados Unidos, recebendo inúmeras homenagens, incluindo a presença em filmes e até em jogos de videogame. Em 2009, a atriz Hilary Swank foi a estrela da cinebiografia “Amelia”, dirigida por Mira Nair. 

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