A propaganda ocidental contra a tecnologia militar do Irã enfrentou dois choques de realidade nos últimos dois anos: o sucesso dos drones iranianos fornecidos à Rússia no conflito contra a Ucrânia e o fato de Israel ter hesitado para retaliar um ataque de mísseis balísticos, o que comprovou não ser tão simples atacar as forças de Teerã. Agora, com o anúncio do novo navio -aeródromo iraniano, a expectativa é de haver mais profundidade nas análises sobre a eficácia do meio naval.
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Chamado de Shahid Bagheri, o navio-aeródromo tem capacidade de operar com helicópteros e com drones, tendo como destaque o Qaher 313 e o Ababil-3. Chama a atenção o fato de os drones, de porte bem menor que aviões convencionais, operarem com uma rampa de ski-jump e com ganchos de parada, uma configuração usada em porta-aviões como o Almirante Kuznetsov, da Rússia.
Na prática, o Irã ganha a capacidade de realizar missões de vigilância, reconhecimento e inteligência a partir de uma base que pode se deslocar pelo Golfo Pérsico ou por outras regiões. As aeronaves remotamente pilotadas têm ainda capacidade de ataque, ainda que limitada e incomparável ao disponível em outros meios aeronavais, como caças Shenyang J-15 (China), F-18 (Estados Unidos), Rafale M (França), AV-8 Matador (Espanha) ou F-35 (Reino Unido, Itália e Estados Unidos).

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Por outro lado, é possível que o Irã tenha iniciado a fase de navios-aeródromos de baixíssimo custo e de construção mais facilitada. O próprio governo do país admitiu que o Shahid Bagheri é a adaptação de uma embarcação civil, que passou por reformas a partir de 2022. Isso também significa que devem haver limitações em termos de autonomia e, sobretudo, de resistências a danos em combate.
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