Mísseis hipersônicos com ogivas de 300 kilotons (20 vezes mais que a de Hiroshima), drones de combate para autodefesa e capacidade para realizar ataques estratégicos em toda a Europa e partes da Ásia e da África. É essa a expectativa da França para os 40 novos caças Rafale que vão operar a partir da Base Aérea de Luxeuil. As primeiras aeronaves devem chegar por lá daqui a sete anos.
A proposta foi apresentada nesta semana pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que informou o compromisso de investir 1,5 bilhão de Euros na empreitada. Além de adaptar a base, será necessário concluir o desenvolvimento dessa nova versão do Rafale, chamada de F5, dos mísseis hipersônicos ASN4G (Air-Sol Nucléaire de 4ème Génération) e dos drones nEUROn, estes últimos uma parceria com outras nações europeias.
A expectativa inicial era contar com o ASN4G para 2035, porém agora espera-se que o projeto seja acelerado. O míssil poderá atingir velocidades de Mach 6 a 8 e distâncias de até mil quilômetros. O desenvolvimento está a cargo da MBDA, em parceria com a ONERA.
Não ficou claro se a compra será para complementar ou substituir os atuais 50 caças Rafale B que contam com a capacidade de ataque nuclear com mísseis ASMP-A, com alcance de cerca de 500km.

A França encerrou 2023 com 41 jatos Rafale M na Marine Nationale e outros 98 na Armée de l’air et de l’espace, nome oficial da força aérea do país. O planejamento é chegar a 2030 com 225 caças Rafale, o que permitirá também a aposentadoria de 87 Mirage 2000 em serviço.
O sucesso comercial do Rafale tem dificultado a capacidade da França de obter tantos caças desse modelo quanto deseja. Isso porque, além de competir na linha de montagem com outros clientes, foram assinadas a transferência de 12 jatos para a Grécia e outros 12 para a Croácia. A vantagem, porém, é que acaba significando a troca de aeronaves da versão F3R pela F4, mais avançada.

O Rafale F4 traz várias melhorias, com destaque para o datalink avançado para a chamada “guerra centrada em redes”. Também há o emprego de inteligência artificial em apoio à manutenção, novo modo do radar RBE-2 para acompanhar alvos em movimento no solo e melhorias no sistema de autodefesa SPECTRA.
A França desenvolveu sua força estratégica de ataque aéreo nuclear ainda nos anos 60. Jatos Mirage IV, Mirage III, Jaguar, Mirage 2000N e Super Étendard já foram incumbidos da tarefa.
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