A Colômbia deve aposentar seus caças IAI Kfir até o fim de 2023, prometeu o governo. Derivados do Mirage III, mas com uma eletrônica de bordo, as 19 unidades ainda disponíveis estão no limite da vida útil e precisam de substituição. O Dassault Rafale foi anunciado pela presidência da Colômbia como “pré-selecionado”, barrando outras opções, como o Gripen, o F-16 e o Eurofighter Typhoon, tanto em versões novas quanto usadas.
O primeiro desafio colombiano é que o substituto não seja um modelo com menos avanços tecnológicos que os já disponíveis nos IAI Kfir. Atualizados repetidamente, os caças podem levar pods ReccelLite e Litening, mísseis ar-ar BVR Derby e off-boresight Python 5, além de bombas guiadas. O radar EL/M-2052 é do tipo AESA, sendo complementado por capacetes Targo com mira e sistemas de guerra eletrônica. São os Kfir mais avançados que já voaram até hoje.
Somente esses aprimoramentos já tendem a deixar de fora uma série de propostas de aeronaves de segunda mão, como caças F-16 usados pela Dinamarca e Estados Unidos. Isso porque mesmo versões atualizadas para o padrão AM/BM, como as que o Chile comprou, estão tecnologicamente abaixo dos Kfir colombianos. Os Tranches 1 e 2 do Eurofighter Typhoon e os Gripen C/D também representariam um relativo downgrade para a Fuerza Aérea Colombiana.
As exigências da Colômbia também descartam até caças novos. É o caso do F-16 V Block 60, selecionado por países como Grécia e Taiwan. Neste caso, até há um radar AESA, o AN/APG-83, mas a Lockheed Martin não cumpriria uma expectativa colombiana: integrar as armas e os sistemas de guerra eletrônica de origem israelense.
Com facilidade para integrar novos equipamentos, tecnologia de ponta, baixo custo operacional e todos os pré-requisitos técnicos, o novo Gripen E despontaria como favorito. Porém, o jato da Saab precisa enfrentar o tempo. Brasil e Suécia já esperaram anos pelos seus caças e para conseguir fazer entregas para a Colômbia com velocidade a empresa precisaria convencer os governos a prorrogarem os prazos. O mesmo desafio se impõe sobre o F-16 V e o Eurofighter, este último também visto como de altíssimo custo operacional.
A parceria do governo francês com a empresa Dassualt acaba por oferecer o que parece ser a solução mais viável para a Colômbia. Para se ter uma ideia, o contrato entre Grécia e França foi assinado em 25 de janeiro de 2021, e em 19 de janeiro de 2022 os seis primeiros Rafale eram recebidos em sua nova casa. Isso foi possível porque o acordo definidiu de que 12 dos Rafale F3-R adquiridos sairiam direto das unidades da Armée de l’air e de l’espace, que posteriormente receberá unidades novas. Um acordo semelhante está em curso com a Croácia.
De fato, na melhor das hipóteses se torna improvável a Colômbia receber seus Rafale ainda em 2023. O primeiro entrave é que, apesar do anúncio do governo de que o Rafale estaria “pré-selecionado”, não há contrato assinado. O segundo é a capacidade francesa de cortar caças da sua própria força aérea. As vendas de unidades usadas para Grécia e Croácia, países parceiros da OTAN, farão com que a Armée de l’air chegue a 2025 com 117 unidades, 12 a menos que o planejado em 2020. Desse modo, a frota considerada adequada pelos franceses para a sua própria defesa somente será atingida em 2030. Para 2023 e 2024, a consequência imediata será reduzir de 164 para 147 horas o quantitativo total de tempo de treinamento em voo por piloto.
Ao mesmo tempo, o avanço da produção dos caças Gripen E, com fábricas na Suécia e no Brasil, pode fortalecer a proposta em uma nova negociação. A Saab também tem trabalhado na modernização dos Gripen C/D, que poderiam se tornar uma opção mais rápida e de menor custo, eventualmente temporária. Vale que, se por um lado a Dassault tem um amplo histórico de vendas para os países da América do Sul, com caças Mirage III, 5 e 50 se tornando uma verdadeira referência por aqui a partir dos anos 70, a última experiência com concorrências foi negativa. Em 7 de setembro de 2009, o então presidente brasileirou anunciou o Rafale como uma escolha para o então projeto F-X2. No fim das contas, quem levou o contrato foi o Gripen.
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