A aeronave T-27 Tucano completa hoje 35 anos de serviço na Força Aérea Brasileira. Ao todo, 151 unidades foram recebidas, tendo sido utilizadas em missões que foram do treinamento de novos pilotos até ataque ao solo e defesa aérea, passando pela Esquadrilha da Fumaça.
O Tucano surgiu da necessidade da FAB de substituir a antiga aeronave de treinamento T-37. Seu principal destaque foi o projeto contemplar um cockpit em tandem, com o piloto do assento traseiro sentado um pouco mais acima que o dianteiro. Ao mesmo tempo em que o instrutor tem uma boa visão do desempenho do aluno, este último já aprende a voar como se estivesse em uma aeronave monoplace.
O protótipo do treinador voou pela primeira vez em 19 de agosto de 1980, com um desenho avançado para a época. Suas características acabaram tornando-se padrão para outras aeronaves de treinamento, com trens de pouso retráteis, pontos para utilização de armamento e assentos ejetáveis, característica na qual foi pioneira para aeronaves da sua categoria.
O primeiro uso da aeronave na FAB, e que hoje se mantém como único emprego, é na Academia da Força Aérea. Porém, Tucanos já foram utilizados pelo 1º GAvCa, 1º/14º GAv, 1º GDA, 1º/3º GAv, 2º/3º GAv, 3º/3º GAv, 1º/5º GAv, 7º ETA, 2º ELO e Esquadrão de Demonstração Aérea. Nas unidades de combate, a designação utilizada era de AT-27, sendo que os aviões podiam ser equipados com casulos de metralhadoras, bombas e foguetes. Nessas missões foram substituídos pelos A-29 Super Tucano.
As características do T-27 fizeram com que o avião fosse exportado para países como França, Argentina, Colômbia, Venezuela, Peru, Paraguai, Honduras e Irã. No Reino Unido, foi escolhida para se tornar aeronave de treinamento básico, licenciada e produzida localmente. Foi um dos primeiros sucessos internacionais da Embraer, com mais de 600 unidades vendidas.
Vários países utilizaram Tucanos em combate real. O Peru atacou o Equador em 1995, durante o conflito do Vale do Cenepa, durante voos noturnos com as tripulações utilizando óculos de visão noturna. O Irã também teria utilizado suas unidades para atacar posições da Al Qaeda. Já o Brasil enviou seis AT-27 para a Amazônia, em fevereiro de 1991, para combater a FARC. Várias forças aéreas, incluindo a brasileira, também voaram AT-27 em missões contra narcotraficantes, havendo vários casos de destruição de aviões envolvidos em atividades ilícitas.
Hoje, a FAB concentrou seus T-27 na Academia da Força Aérea. Há um projeto de atualização das aeronaves, que receberiam uma cabine com equipamentos mais modernos.