AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Ucrânia poderá contratar mercenários para voar caças F-16

Pilotos aposentados de F-16 poderão ser contratados pela Ucrânia. Foto: Christopher Boitz

Ex-pilotos de caças F-16 de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) poderão ser contratados pela Ucrânia para voar caças F-16. A informação foi ressaltada pelo senador norte-americano Lindsey Graham durante coletiva de imprensa, nesta semana. Na prática, seria uma contratação de mercenários com histórico de serviço em forças ocidentais.

O senador apresentou o assunto de maneira positiva. De acordo com o político, pilotos de F-16 já aposentados que querem “lutar pela liberdade da Ucrânia” podem ser contratados. Ele não citou nominalmente nenhum país de origem, nem os Estados Unidos, limitando-se a falar de “países da OTAN”.

A Ucrânia anunciou, no último dia de julho, o recebimento de caças F-16, mostrando quatro unidades. De acordo com a revista britânica The Economist, o país recebeu dez caças F-16, todos usados pela Dinamarca. Até o fim do ano, seriam recebidos mais dez jatos. E para 2025, a expectativa é de um total de 79 entregas feitas pela Dinamarca e pelos Países Baixos (Holanda). Bélgica e Noruega pretendem ampliar esse quantitativo.

Volodymyr Zelenskyy durante cerimônia de recebimento dos caças F-16

De acordo com o conglomerado de mídia norte-americano Politico, em maio, a Ucrânia manifestou sua frustração com o treinamento oferecido pelos Estados Unidos. Naquele momento, 30 aviadores ucranianos já estariam prontos para serem formados como pilotos de F-16, porém, o ritmo de formação das turmas estaria abaixo do esperado. O mesmo valeria para a formação dada pelos parceiros europeus, incluindo o centro de treinamento na Romênia.

Porém, o treinamento dos pilotos ucranianos é alvo de críticas e de dúvidas.  No fim de maio, a primeira turma, formada por um número não divulgado de aviadores, foi declarada como formada no treinamento oferecido pela United States Air Force no estado do Arizona. Esses aviadores iriam ainda passar por treinamentos em outras nações, conforme divulgado na época. Na prática, são só dois meses entre a conclusão do curso de F-16 e o início das missões reais na guerra.

A contratação de mercenários veteranos nos caças F-16 poderá resolver a falta de aviadores para os novos caças recebidos. 

Caças F-16 da Ucrânia durante solenidade de recebimento

Receio de contra-ataques

Na Ucrânia, a chegada dos F-16 significou uma realização, porém, também de temor. A preocupação é de onde essas aeronaves vão operar: suas bases se tornam alvos prioritários para as forças russas, que já mostraram capacidade de realizar ataques a longas distâncias em qualquer parte do território ucraniano.

Moradores de regiões próximas a pistas de pouso já demonstraram preocupação por conta da elevação de ataques em áreas que antes eram bombardeadas com menos intensidade, por estarem longe do front. Declarações de autoridades ucranianas já deram a entender a possibilidade de os F-16 eventualmente operarem de países vizinhos, o que levou a Rússia a alertar que estes locais se tornariam imediatamente alvos legítimos.

Caça F-16 da Ucrânia

No início de julho, a Rússia informou ter destruído cinco caças Sukhoi Su-27 Flanker da Ucrânia com um ataque com mísseis Iskander-M em um campo de pouso localizado em Myrhorod, na região central do país. A Ucrânia confirmou o ataque, mas disse que os resultados não tinham sido estes.

Na apresentação dos F-16 realizada com a presença do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, foi comunicado claramente que se trata de uma base “fora de Kiev”. De fato, os sistemas de defesa antiaérea da Ucrânia não têm conseguido proteger o país contra os ataques russos e a localização dos F-16 se torna uma informação de inteligência significativa. Há a expectativa de que tenha sido criada uma rede de abrigos subterrâneos em diversas localidades distintas.

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Humberto Leite

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