AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

United e Alaska Airlines encontram parafusos soltos em aviões 737 Max 9

737 Max 9 da United Airlines. Foto: Konstantin von Wedelstaedt

Jatos Boeing 737 Max 9 das companhias United Airlines e Alaska Airlines tiveram mais problemas identificados ao passarem pela vistoria obrigatória após um incidente grave em que uma aeronave deste modelo precisou fazer uma aterrissagem de emergência após perder uma janela em voo e sofrer descompressão. Ambas as empresas identificaram parafusos soltos em painéis externos, mesmo se tratando de aviões com baixo tempo de uso.

A United encontrou o problema em pelo menos cinco componentes da aeronave. A empresa afirma encontrar falhas em instalações de painéis da fuselagem, sendo necessário um aperto adicional. As equipes de manutenção já trabalham para consertar as falhas. Já a Alaska Airlines anunciou ter encontrado peças soltas “visíveis” em algumas aeronaves.

Até o momento, a Boeing afirmou que está trabalhando junto aos operadores dos modelos 737 Max 9 e que pode ajudar os clientes durante as inspeções. No mercado de ações, a empresa afundou 8% na segunda-feira e nesta terça mantém uma queda de cerca de 2%.

Boeing 737 MAX9 da Copa Airlines. Foto: Adam Moreira

Medida afeta voos no Brasil

A decisão da Federal Aviation Administration (FAA) de suspender os voos de aeronaves 737 Max 9 afeta os voos da companhia panamenha Copa Airlines para o Brasil. A empresa já informou ter iniciado a inspeção das suas 21 aeronaves Boeing 737 Max 9.

A Copa atua no Brasil com frequências para Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Manaus, dentre outras cidades. Boa parte dos passageiros seleciona a companhia panamenha para fazer conexão até os Estados Unidos ou países da América Central e Caribe.

Por outro lado, a frota de 737 Max da Gol Linhas Aéreas não está incluída nas inspeções obrigatórias, pois a empresa brasileira voa o 737 Max 8. O item a ser inspecionado nos 737 Max 9 não está presente no Max 8: trata-se de uma saída de emergência adicional instalada por conta do Max 9 ser maior que o Max 8. Dessa forma, toda a frota de 737 Max 8 continua liberada para voos.

Vista externa do Boeing 737 MAX 9 da Alaska Airlines, após pousar em segurança. Reprodução redes sociais.

Incidente grave

A suspensão da frota de 737 Max 9 ocorreu após um incidente grave com uma aeronave da Alaska Airlines nesta última sexta-feira, 5 de janeiro. A aeronave com matrícula N704AL fazia o voo 1282 e decolou de Portland, no estado de Oregon, e sofreu uma descompressão rápida a cerca de 16 mil pés (4.870 metros) após perder uma janela que estava instalada no local da saída de emergência – essa opção é possível quando a configuração interna da aeronave é de baixa densidade de assentos.

A tripulação conseguiu retornar ao aeroporto de origem e pousou com todas as 177 pessoas a bordo sem ferimentos, ainda que tenha havido a perda de itens pessoais que estavam soltos na cabine.

A aeronave envolvida no ocorrido é nova: voou pela primeira vez em 15 de outubro de 2023. 

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