AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

USAF cria polêmica com “Skyraider II”

OA-1K Skyraider II. Foto: Natalie Fiorilli

A United States Air Force criou polêmica ao formalmente, desde fevereiro, chamar o avião de ataque leve OA-1K de Skyraider II, em homenagem ao A-1 Skyraider, aeronave que iniciou sua carreira nas forças armadas norte-americanas em 1946 e permaneceu em serviço até 1973, mesmo quando havia modelos mais modernos, por conta da sua elogiada capacidade de combate, provada na Guerra da Coreia e na Guerra do Vietnã. Os críticos apontam que o OA-1K não representa o que o A-1 foi.

Derivado da aeronave agrícola Air Tractor AT-802, o OA-1K foi modificado pela empresa L3 Harris para o Programa Armed Overwatch, tendo sido selecionado frente a opções apontadas como militarmente mais capazes, notadamente o Sierra Nevada/Embraer A-29 Super Tucano e o Beechcraft AT-6E Wolverine. De todo modo, o tema tem sido tratado como uma jogada de marketing não tão feliz.

Douglas A-1 Skyraider

Comercializado pela L3 Harris como OA-1K Sky Warden, a aeronave selecionada pelo Pentágono tem peso máximo de decolagem de 7,2 toneladas, sendo 2,7t de armamentos, ainda que possam ser levados sensores em um dos dez pontos sob a fuselagem. Já o A-1 Skyraider era mais pesado – 8,2 toneladas, podendo ser 4,7t de armamentos nos 15 pontos externos, além de quatro canhões de 20mm.

A resistência do Skyraider fez história. Na Guerra do Vietnã, o Coronel William Jones III, por exemplo, conseguiu voltar à base mesmo com a aeronave em chamas, com ele sofrendo queimaduras, mas estando determinado a dar detalhes sobre a localização de um piloto que havia sido abatido em zona hostil. Outro, o Major Bernard Fisher, conseguiu pousar em meio a um conflito para resgatar um colega. Ambos receberam a Medal of Honor.

OA-1K Sky Warden. Foto: L3Harris

A substituição do A-1 Skyraider pelo Fairchild Republic A-10 Thunderbolt II já gerou resistências entre os entusiastas de aeronaves feitas para apoio aéreo aproximado. Agora, o batismo do OA-1K de Skyraider II ocorre em um contexto onde sequer a existência da aeronave é apoiada, pois a decisão de adquirir o OA-1K só foi tomada pelo Pentágono em 2022, depois de o país se retirar do Afeganistão e a chamada “Guerra ao Terror” deixar de ser o principal cenário militar a ser encarado.

O United States Special Operations Command (SOCOM) anunciou a aquisição de 75 unidades para recebimento até 2029. Porém, o Government Accountability Office (GAO), órgão ligado aos legislativo dos Estados Unidos, já solicitou ao Pentágono a possibilidade de haver um replanejamento do programa. O SOCOM, até momento, está comprometido com a aquisição de apenas 62 unidades. Também não há exportações previstas.

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Humberto Leite

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